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Por que não há tanto rock no Glastonbury, um dos maiores festivais do mundo

Responsável pelo agendamento entende que não há muitas atrações do estilo que possam integrar o lineup

Um dos maiores festivais do planeta, o Glastonbury não vem tendo muitas atrações ligadas ao rock em seu lineup nos últimos anos. As exceções acontecem quando medalhões são escalados, além de uma ou outra surpresa que aparece em meio ao grande número de concertos que acontece a cada edição.

Os organizadores do evento garantem que a exclusão não é proposital. Emily Eavis, uma das responsáveis pelos agendamentos, garante que a vontade dos envolvidos era outra. Porém, argumenta que não há um número considerável de opções em se tratando do estilo.

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Ela disse ao Telegraph, conforme repercussão da Classic Rock:

“As atrações refletem o que está acontecendo neste momento no mundo da música. Não há muitos jovens nomes de rock, com honestidade. Espero que volte, meus dias dourados de juventude foram em 1995, com Oasis, Pulp, Radiohead… era ótimo. Mas as coisas mudam e a situação hoje é a que temos.”

O Pyramid Stage, principal do Glastonbury, teve Dua Lipa, Coldplay e SZA como headliners. Tendo alguma ligação com o rock, se apresentaram PJ Harvey, Idles, Fontaines D.C., Voice of Baceprot, High Vis, Yard Act, NewDad, The Last Dinner Party, Problem Patterns, Kim Gordon e Psychedelic Porn Crumpets.

Rock in Rio, também “menos rock”

A reclamação do público inglês encontra ressonância no Brasil. Embora nunca tenha sido exclusivamente de rock, o Rock in Rio vem ampliando sua abrangência para sonoridades popularescas com maior ênfase nas edições recentes.

Em entrevista ao jornal O Globo em maio deste ano, Roberto Medina falou sobre a adição do sertanejo e da bossa nova ao caldeirão sonoro em 2024. Disse o empresário e idealizador:

“Peguei Luan Santana, Ana Castela, Chitãozinho e Xororó. Chamei o (Roberto) Menescal para uma homenagem à bossa nova, que foi a cara do Brasil e está esquecida. Não há um espaço dedicado ao gênero. Quando se faz um trabalho democrático, tem que ser democrático de verdade. A gente foi avançando no funk, no trap e estava faltando essa parte. Há toda uma geração cantando música sertaneja, ganhou uma dimensão enorme. Dei aquele passo de chamar o Luan Santana para assistir ao The Town e gostei muito dele. Acho que é o início de uma caminhada, para desespero dos meus amigos roqueiros (risos).”

A última frase evidencia que o leitor não é solitário entre os reclamões. Sim, o próprio Medina ouve umas “cornetas”.

“Ficam loucos comigo, querem me matar (risos). Quando anuncio o pop, é a mesma coisa. Eles são barulhentos, fazem confusão e gritaria pelas redes, mas faz parte.”

Sobre o Glastonbury Festival

Realizado desde 1970, o Glastonbury Festival é um dos mais tradicionais da indústria. A edição 2024 aconteceu no último final de semana do mês de junho. Além da música, o evento reserva espaço para outras manifestações artísticas, incluindo teatro, circo e comédia.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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