Com passagens por Black Sabbath, Alice Cooper e Kiss, Eric Singer se tornou bastante associado ao hard rock e heavy metal. Porém, suas referências não se limitam à música pesada.
Por trás de um habilidoso baterista de som pesado, está um amplo repertório de jazz que segue se expandindo. O músico falou sobre o assunto em entrevista à revista Modern Drummer.
Na ocasião, Singer abordou sua relação com o gênero que mais consome atualmente, destacando a influência do fusion na busca por complexidade técnica. Ele disse:
“Hoje em dia, 90% do que escuto é jazz: Art Blakey, Jimmy Cobb, Philly Joe Jones. Gosto de tudo que Miles Davis fez. Ele tocava com um timbre lindo e puro. Foi o pioneiro musical mais influente (no jazz e na fusão de jazz e rock) de todos os tempos. Veja todas essas bandas de fusion que surgiram por causa do Miles. Esses caras do fusion como Tony Williams, Lenny White, Billy Cobham e Alphonse Mouzon eram rockstars quando eu era criança. Um dos álbuns mais influentes para mim é o ‘Spectrum’ de Billy Cobham, foi isso que me afastou de algumas das batidas de rock mais básicas.”
O músico autodidata ainda destacou Lenny White, precursor do jazz fusion, como um de seus bateristas favoritos.
“Billy Cobham e Lenny White são dois dos meus favoritos, mas conforme fui envelhecendo, realmente acho que Lenny é a mistura perfeita de tudo que eu gosto na bateria de jazz e rock fusion. Adoro ele no álbum ‘Venusian Summer’ e no ‘Romantic Warrior’ do Return to Forever. Recentemente, o vi tocar com o baixista Buster Williams em um teatro pequeno no centro de Los Angeles, na Washington Boulevard. Fiz questão de chegar cedo, então meu lugar estava a cerca de oito metros dele. Ele estava posicionado de lado, então pude observar como ele toca. É assim que gosto de assistir a um baterista, quero ver os bateristas por esse lado aberto para poder observar a interação entre mão e pé e ver a técnica e a dinâmica dessa interação.”
A influência do Kiss sobre Eric Singer
Ainda durante a entrevista, Eric Singer se classificou como “um baterista de rock” e ponderou sobre sua relação com a influência do Kiss. O músico – que entrou para o grupo em 1991 após a morte de Eric Carr – revelou que o trabalho da banda como um todo o impactou mais do que a bateria do Catman original, Peter Criss.
“Obviamente, eu não sou esse tipo de baterista. Eu sou um baterista de rock. É ótimo ser um camaleão, isso é uma habilidade e atributo incríveis, mas também não há nada de errado em querer ser um baterista de rock que toca com bandas. Eu amava o Kiss enquanto banda, ‘Dressed to Kill’ era meu disco favorito. Mesmo que Peter Criss nunca tenha sido uma influência direta na minha bateria, o Kiss como um todo foi definitivamente uma influência importante como ‘uma banda’. Isso é o que eu aspirava, é assim que eu me via, eu queria tocar a música que essas bandas tocavam.”
Sobre Eric Singer
Nascido no estado americano de Ohio, Eric Singer iniciou sua carreira musical com artistas locais até que, em 1984, entrou para a banda de Lita Ford. No ano seguinte se juntou ao Black Sabbath durantes as gravações e turnê do álbum “Seventh Star” (1986), mas deixou o grupo em meio a produção de “The Eternal Idol” (1987) para tocar com Gary Moore.
Após uma breve passagem pelo Badlands, assumiu o posto de baterista do Kiss entre 1991 e 1996. Retornou em 2004 e permaneceu até o fim da banda em 2023.
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