Em 2004, o Van Halen anunciou uma turnê de reunião com o vocalista Sammy Hagar. A excursão promovia a coletânea “Best of Both Worlds”, lançada no mesmo ano, contando com três músicas inéditas e os maiores sucesso do grupo. No entanto, como o mundo sabe, as coisas não aconteceram da forma mais harmoniosa.
Mergulhado no alcoolismo, Eddie Van Halen se mostrou uma figura impossível de lidar no período. Com isso, após a conclusão da agenda, o cantor pulou da barca e levou o baixista Michael Anthony junto. Atração de abertura do giro, o Shinedown testemunhou os atritos.
O baterista Barry Kerch compartilhou memórias no Paltrocast With Darren Paltrowitz. Apesar dos pesares, o músico garante ter sido bem tratado, assim como seus colegas. Ele declarou, conforme transcrição do Ultimate Classic Rock:
“Por mais que eles se odiassem naquele momento, todos foram muito gentis conosco. Eddie gostou muito de Brent (Smith, vocalista). Passava as 24 horas do dia com um cigarro, garrafa de vinho em uma das mãos e a guitarra na outra. Chutava a porta do nosso camarim, conversava e ensinava como fazia algo no instrumento.”
Também sobrou tempo para conhecer o filho do lendário guitar hero, assim como a esposa – de quem Eddie se divorciaria no ano seguinte.
“Wolfie (Wolfgang Van Halen) dirigia uma scooter para cima e para baixo, era um bom garoto, tinha uns 10 anos à época. Valerie (Bertinelli) cuidava de tudo, era um doce de pessoa.”
Quanto ao baterista e irmão do guitarrista, parece que a discrição já era uma indicação à época do que acontece atualmente.
“Nunca víamos Alex. Ele aparecia para fazer o show e depois ia embora. Tenho certeza de que não queria fazer parte do drama. Mas cheguei a sentar em seu set, o que foi incrível!”
Bar e recompensa em tequila
A outra metade dos conflitos também procurava se isolar em um ambiente estrategicamente preparado.
“Sammy e Michael tinham seu próprio mundo, incluindo camarins. Esses dois grupos nunca se juntaram até que estivessem no palco. Os dois montavam um pequeno bar ao lado do palco e diziam: ‘Ei, cara, a qualquer hora do show, venha tomar uns drinques com a gente!’ Então íamos até lá e ficávamos assistindo o Van Halen tocar. Só conseguia pensar ‘Meu Deus, estou em turnê com o Van Halen, tomando um drinque com Sammy e Michael enquanto eles tocam!’”
O frontman da atração principal ainda tinha uma tradição de avaliar os shows do Shinedown.
“Sammy costumava deixar uma garrafa de tequila em nosso camarim ao final de cada show. Se tinha sido ruim, recebíamos o modelo básico. Se foi bom, era o especial.”
Eddie Van Halen agredindo Sammy Hagar
E apesar de garantir que a banda conseguia disfarçar as animosidades no palco, Barry admite que em alguns momentos era possível perceber. Como quando Eddie resolveu partir para a ignorância.
“Em uma noite, Sammy estava cantando e, por algum motivo, Eddie estava muito bravo com ele. Não sei o porquê, mas estava. De repente, Eddie se aproxima e dá um chute no saco de Sammy enquanto ele cantava. Sim, os caras realmente se odiavam. Ainda assim, foi um sonho realizado para mim e eles soavam ótimos musicalmente todas as noites.”
O Van Halen retomaria atividades em 2006, com David Lee Roth reassumindo os vocais e Wolfgang no baixo. A formação se manteve até fim, decretado com o falecimento de Eddie em outubro de 2020.
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