Jason Bonham tem uma relação de proximidade com músicos que passaram pelo Van Halen. Filho do saudoso John Bonham, o baterista passou a tocar com o vocalista Sammy Hagar e com o baixista Michael Anthony no supergrupo The Circle em 2014. Até hoje, a relação profissional continua na turnê “The Best of All Worlds”, iniciada pelo Red Rocker neste mês de julho.
Em contrapartida, o instrumentista não possui a mesma amizade com o colega de função Alex Van Halen. Inclusive, a primeira vez que encontrou o outro baterista ficou marcada negativamente.
Durante entrevista ao canal KSHE 95, Bonham abordou o assunto. Como relatado, os dois se conheceram nos bastidores do Monsters of Rock em Castle Donington, na Inglaterra, em 1984. Apesar da animação em falar com o músico do Van Halen, o sentimento não era recíproco.
Ele relembrou, conforme transcrição da Ultimate Guitar:
“Faz 10 anos que toco com Sammy e Mike e faz 40 anos que vi Mike tocar em Donington. Minha esposa e eu fomos ao Monsters of Rock em Donington. Vimos AC/DC, Van Halen… E eu conheci Alex naquele dia. Leonard Haze, baterista do Y&T, nos apresentou. Eu pensei ‘meu Deus, é Alex Van Halen’. Leonard disse ‘este é Jason Bonham’ e ele respondeu ‘e daí?’.”
Por muito tempo, o baterista ficou pensando na “patada” que levou, aparentemente sem motivo. Assim, anos mais tarde, o próprio resolveu perguntar a respeito para Michael Antony, que trouxe uma provável justificativa: Alex havia levado um soco do falecido baterista do Led Zeppelin, seu pai, no passado.
Jason contou:
“Eu perguntei ‘Mikey, por que o Alex era tão babaca?’. E ele respondeu: “ficamos sabendo que, quando estávamos tocando no Gazzarri’s, seu pai estava ao lado, no Rainbow. Nós meio que corremos nos arredores e tentamos dizer oi para ele. Alex conseguiu chegar perto e foi estender a mão… E seu pai deu um soco nele.”
Admiração por John Bonham
Não é segredo que Alex é um grande fã do trabalho de John. Recentemente, à Ultimate Classic Rock, até mesmo Sammy Hagar destacou a admiração advinda do antigo colega (via Loudwire):
“Alex idolatrava John Bonham. E Jason toca exatamente como John Bonham, seu pai. Quando eu estava na banda, toda vez que Alex ia ao estúdio, ele tocava uma música do Zeppelin ou algo assim e dizia: ‘vamos tentar um som parecido com esse’. Alex é um dos maiores bateristas de rock de todos os tempos. Mas ele tocava como John Bonham muitas vezes.”
Alex Van Halen e a turnê “The Best of All Worlds”
Sammy Hagar idealizou a turnê “The Best of All Worlds” como uma maneira de homenagear o Van Halen. Iniciada no último dia 13 de julho, a série de shows presta um tributo à banda que integrou como vocalista entre 1985 e 1996, com um breve retorno de 2003 a 2005. O giro tem datas marcadas até setembro na América do Norte e no Japão.
Além do cantor, o baixista Michael Anthony, que fez parte do Van Halen entre 1974 e 2006, também participa da excursão. Completam a formação o guitarrista Joe Satriani, parceiro do vocalista e Michael no já findado Chickenfoot, e o baterista Jason Bonham, que também tocava com os dois, mas no The Circle. Por fim, o músico de apoio Rai Thistlethwayte, que tem assumido primariamente teclados.
Como a ideia dos shows é focar “profundamente” no catálogo do Van Halen, o Red Rocker chegou a convidar Alex Van Halen para aparecer em algumas das apresentações. Entretanto, ele compreende que a participação do baterista é complicada.
Conversando com a AZ Central, o artista não culpou o antigo colega por não querer fazer parte do giro. Ainda assim, afirmou que, justamente pelo músico não demonstrar qualquer interesse, decidiu seguir com a ideia sem ele antes que fosse tarde.
“Mike e eu, há 20 anos, fizemos uma reunião do Van Halen. Isso completa 20 anos em 2024. Eu não tenho mais 20 anos para ficar esperando Alex Van Halen, que é o único cara que resta. Então ele não queria fazer isso? Não o culpe. Deus o abençoe”.
Como mencionado no The Howard Stern Show em novembro último, o baterista não responde às suas mensagens há alguns anos, mesmo com pedidos insistentes de um encontro.
“Espero que eles venham. Tento entrar em contato com Al uma vez por mês há cerca de cinco anos e ele não me responde. Eu ligo, deixo um correio de voz, mando uma mensagem, mando um e-mail, todas as coisas, dizendo ‘Al, me ligue’. A frase favorita de Al para mim era ‘sabe, Sam, não estamos ficando mais jovens’. Então, eu mandava para ele ‘ei, Al, não estamos ficando mais jovens, mas me ligue, me avise o que você quer fazer, vamos sair, Mike e eu podemos te encontrar em algum lugar.”
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