O mês de fevereiro nos Estados Unidos é marcado por uma celebração da história negra. Porém, Morgan Freeman nunca escondeu sua irritação com esse conceito.
O ator vencedor do Oscar deu uma entrevista para a Variety durante a qual fez críticas à prática. Comentários semelhantes foram feitos pelo artista em outras ocasiões.
Desta vez, o astro de “Um Sonho de Liberdade” falou:
“Eu detesto [o Mês da História Negra]. A mera ideia disso. Você vai me dar o mês mais curto do ano? E você vai celebrar a ‘minha’ história?! Essa ideia toda faz meus dentes coçarem.”
Em seguida, Freeman afirmou ser profundamente comprometido com o estudo de sua história. Ele disse:
“Minha história é a história americana. É a única coisa nesse mundo que tenho interesse além de ganhar dinheiro, me divertir e dormir o suficiente. Se você não conhece seu passado, se não lembrar dele, você está fadado a repeti-lo.”
O Mês da História Negra foi oficializado em 1976 por decreto do presidente americano Gerald Ford. A inspiração foi o trabalho do historiador Carter G. Woodson, que há décadas promovia uma celebração de figuras negras e suas contribuições para a sociedade americana. Fevereiro foi o período escolhido por conter o aniversário de duas figuras importantes ao movimento abolicionista: Frederick Douglass e Abraham Lincoln.
Outro comentário de Morgan Freeman
Essa não é a primeira vez que o ator expressou frustração com a celebração. Em entrevista de 2005 ao “60 Minutes”, Morgan Freeman disse considerar “ridículo” existir um mês para a História Negra e que a melhor formad e combater o racismo é não falar sobre isso.
“Pare de falar sobre isso. Vou parar de chamá-lo de branco. E vou pedir que pare de me chamar de negro. Eu conheço você como Mike Wallace. Você me conhece como Morgan Freeman. Você não vai dizer: ‘eu conheço um cara branco chamado Mike Wallace’. Está ouvindo o que estou dizendo?”
O raciocínio de superar o racismo ao não falar sobre o problema foi dispensado por Freeman posteriormente, conforme revelado pelo próprio em outras ocasiões. Além disso, em 2020 ele manifestou apoio ao Black Lives Matter, movimento ativista que, obviamente, discute o tema.
Por outro lado, durante uma entrevista de 2023 ao Sunday Times (via Los Angeles Times), Morgan foi além ao reclamar do termo “afro-americano”. Ele disse:
“‘Afro-americano’ é um insulto. Eu não compactuo com esse termo. Pessoas falam da África como se fosse um país quando na realidade é um continente, que nem a Europa. Negros receberam várias denominações desde a ‘palavra com N’ e não sei como essas coisas ganham tração, mas todo mundo usa ‘afro-americano’. O que isso significa? Que a maior parte dos negros nessa parte do planeta são vistos como vira-latas.”
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