Os cinco primeiros discos do Metallica são normalmente mencionados como os preferidos dos fãs e público em geral. O mais lembrado acaba sendo “Master of Puppets” (1986), terceiro, embora o trabalho autointitulado de 1991 – o famigerado “Black Album” – seja o mais vendido com sobras.
James Hetfield também possui o seu favorito. Talvez, assim como acontece com muita gente, a opinião mude com o passar do tempo. Em 2017, no entanto, a opção recaiu sobre o segundo play, que representou uma clara evolução sonora para o quarteto.
Disse o vocalista e guitarrista ao Newsweek:
“Gosto muito do ‘Ride the Lightning’ porque acho que foi a primeira vez que pudemos nos dedicar à gravação. Em ‘Kill ‘Em All’, as músicas eram basicamente as que tocávamos nos primeiros anos em clubes. Simplesmente entramos em estúdio e as gravamos, mas não tínhamos permissão para estar lá para a mixagem ou algo assim. Com o ‘Ride the Lightning’, não havia nenhum empresário nos dizendo: ‘Fiquem longe deste estúdio’ [risos]. Nós estávamos realmente integrados ao processo e pudemos ajudar com os sons, ideias e todas essas coisas.”
O ritmo frenético de gravações e turnês
Em outo momento da conversa, Hetfield é questionado sobre o fato de a banda ter lançado quatro álbuns em menos de meia década – incluindo uma tragédia no meio do caminho, com a morte do baixista Cliff Burton. Ele respondeu:
“Quando você é jovem, não tem mais nada para fazer e essa é sua vida, isso faz sentido. Conforme envelhecemos, há outras coisas acontecendo. Naquela época havia turnês, mas não era tão intenso quanto se tornou pós-Black Album. Estar em turnê por três anos não acontecia, então acabávamos basicamente voltando para o estúdio. E também não tínhamos famílias para criar ou estar por perto, querendo estar lá para seus filhos e vê-los crescer.”
A efervescência da cena também foi um fator destacado.
“E é incrível que no início dos anos 80, meados dos anos 80 e final dos anos 80, havia muito metal ótimo acontecendo, não apenas de nós e dos outros Big Four [Slayer, Anthrax e Megadeth], mas de muitos que foram inspirados pelo movimento. Havia muitas bandas da Bay Area. Exodus era uma ótima banda, nós amávamos assisti-los, fizemos alguns shows com eles; a grande banda em Seattle se chamava Metal Church. Mas o grande momento foi realmente enquanto crescia em L.A., nós e o Slayer com certeza. Quem pode ser mais pesado, quem pode ser mais rápido? E foi uma competição muito boa e saudável.”
Metallica e “Ride the Lightning”
Lançado em 27 de julho de 1984, “Ride the Lightning” foi gravado em três semanas no Sweet Silence Studios em Copenhague, Dinamarca, com o produtor Flemming Rasmussen. Oficialmente, foi o último a contar com contribuições de Dave Mustaine (Megadeth) nas composições, assim como o primeiro a ter colaborações de seu substituto, Kirk Hammett.
A sonoridade já contava com maior sofisticação em comparação à crueza do disco de estreia, “Kill ‘Em All” (1983). O mesmo pode ser dito do conteúdo lírico, com citações a escritores como Stephen King, Ernest Hemingway e H.P. Lovecraft.
Vendeu mais de 6 milhões de cópias só nos Estados Unidos. A turnê contou com a primeira aparição no Monsters Of Rock, em Donington, Inglaterra, tocando entre Ratt e Bon Jovi – o que despertou a ira de James Hetfield, com direito a discurso inflamado em pleno palco.
Para quem critica a banda por ter “se vendido” nos anos 1990, Lars Ulrich sempre lembra que a banda já enfrentou críticas dos die-hard nesta época por ter feito uma balada – “Fade To Black” – e outra canção mais acessível para os padrões do metal – “Escape”.
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