Quem acompanha as poucas entrevistas que Angus Young costuma dar, sabe que o guitarrista tem o rock dos anos 1950 como sua principal fonte de inspiração. A influência transparece em cada álbum do AC/DC, que incorpora elementos de produção mais condizentes com sua época, mas não abre mão da estrutura simples e direta das canções.
Em entrevista ao canal VH1, realizada em 2014 e resgatada pelo Rock and Roll Garage, o pequeno grande artista foi questionado sobre qual astro da geração que difundiu o estilo deveria ser ouvido por qualquer aspirante.
Ele respondeu de início:
“Se você quer alguém que remeta ao Led Zeppelin, conecte-se a Elvis Presley. Muito do Presley antigo tem um pouco de Led Zeppelin, sabe? Quer dizer, em Presley, você definitivamente está ouvindo Robert Plant.”
Porém, em se tratando da própria banda, a escolha recai sobre outro nome histórico.
“E no nosso caso você provavelmente poderia se conectar a algo como Little Richard, porque ele sempre dava tudo de si. Tinha vocais poderosos e músicas poderosas. Se eu ainda ouço aquelas primeiras faixas de Little Richard, é como um furacão. Meu cabelo fica arrepiado, sabe?”
A influência na escolha de Bon Scott
Em 2020, à revista Forbes – em resgate do Far Out Magazine – Angus já havia mencionado Richard como o grande símbolo do rock.
“Amo a vibração de Little Richard. Ainda hoje, se quero ouvir rock and roll com aquela energia e músicas que impactam, é nele que eu vou.”
A inspiração é tamanha que serviu até mesmo para o músico e seu irmão, Malcolm Young, terem escolhido os vocalistas para a banda. Em outra entrevista, dessa vez à Rolling Stone, ele recordou:
“Bon Scott também era um grande fã. Sempre dizia que, para quem canta rock and roll, Little Richard era o ícone. Ele nos contou uma história sobre como viu Brian Johnson em um clube em Londres cantando uma música de Little Richard. Essa ocasião ficou com ele para sempre e lembramos disso quando procuramos um novo integrante.”
Sobre Little Richard
Descrito como “o arquiteto do rock and roll”, Little Richard foi responsável por algumas das mais frenéticas performances da primeira geração do estilo. Enfrentou barreiras raciais e sexuais, se impondo e imortalizando hinos como “Tutti-Frutti”, “Good Golly Miss Molly”, “Long Tall Sally”, “Lucille” e “Keep a Knockin’” – cuja intro de bateria foi recriada por John Bonham em “Rock and Roll”, clássico do Led Zeppelin.
Richard Wayne Penniman faleceu em 9 de maio de 2020, aos 87 anos, de câncer nos ossos. À época, vivia na cidade americana de Tullahoma, estado do Tennessee, onde pregava em igrejas como ministro.
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