Vale-refeição? A curiosa reação de Stewart Copeland ao ver Sting pela 1ª vez

Apesar das diferenças que se acentuaram com o tempo, baterista reconheceu o talento do colega

A relação entre Stewart Copeland e Sting nunca foi a mais harmoniosa. No entanto, um talento é capaz de reconhecer o outro e passar por cima dos problemas – ao menos para dar início a uma parceria, como acabou sendo o caso do The Police.

Em entrevista ao podcast Broken Record, o baterista relembrou o contato inicial, que se deu quando ele ainda integrava uma conceituada banda prog. Foi graças a um jornalista que os destinos dos dois se cruzaram.

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Ele disse, conforme registro do Ultimate Guitar:

“Eu o vi em Newcastle. Estava tocando com o Curved Air, minha banda de rock progressivo com cabelos longos e roupas com babados. Em uma noite de folga, o jornalista local Phil Sutcliffe nos levou para ver a banda heroica local, não muito distante do Return to Forever, algo como esse tipo de crossover de jazz progressivo.”

Foi quando o homem batizado Gordon Summer o chamou a atenção.

“Eu não me importei muito com a música, mas o baixista sabia tocar baixo E cantar, e eu estava procurando por um guitarrista que soubesse cantar ou um baixista que soubesse cantar porque não consigo puxar o fôlego e bater com força na bateria ao mesmo tempo.”

No entanto, não foi o fator multitarefas de Sting, nem o fato de ele ter um velho amplificador Fender Bassman próprio, que impressionou Copeland naquele momento.

“O que realmente mexeu comigo foi aquele raio dourado de luz celestial descendo dos céus, pousando em sua testa magnífica. Olhei para aquele cara no palco, com seu amplificador bastante útil, conseguindo cantar e tocar baixo, então pensei: ‘Isso é um vale-refeição.’”

A referência se pagaria com sobras, já que a parceria rendeu muito mais que um vale-refeição.

Stewart Copeland e Sting

Comentando a relação atribulada da dupla, Copeland falou ao Indulge Express ano passado:

“Assim que entrávamos em uma sala para tentar fazer música, brigávamos. Somos pássaros de penas diferentes. Sting é quieto e profundo, eu sou barulhento e superficial. Se estou dando uma festa, me divertindo e rindo com meus amigos patetas, Sting entra e, de repente, não sou mais engraçado. Se ele está tendo um momento sereno de beleza, serenidade e calma, eu entro e a bolha estoura. Se eu estiver carregando uma cerveja, provavelmente vou derramar nele.”

De qualquer modo, o espancador de peles deixa claro que a onda de ódio não existe mais. Eles apenas não querem conviver.

“Somos tipos de pessoas muito diferentes. Nós nos amamos como irmãos. Mas musicalmente, ele precisa de uma plataforma estável de seu baterista e de sua seção rítmica, da qual possa saltar longe rumo ao céu. Eu Não sou isso. Estou na terceira guerra mundial. Sou uma cacofonia. É isso que faço. Minha missão é incendiar o prédio. A dele é muito mais profunda do que isso e muito mais espiritual.

Estou aqui apenas para colocar fogo no lugar. E ele tem que cantar suas lindas canções com essa batalha dessa cacofonia, essa área de desastre acontecendo atrás de seu ombro esquerdo. Simplesmente não é mais um bom ajuste. Combina muito melhor quando estamos apenas conversando à mesa de jantar e rindo das coisas idiotas que fazíamos quando éramos crianças.”

Sendo assim, os fãs não devem esperar um reencontro enquanto banda. A não ser que você considere uma chance pequena ainda uma chance.

“Sendo otimista, diria que há 0,000000002% de chance de isso acontecer novamente. Por quê? Porque nos damos muito bem agora. Aproveitamos a companhia um do outro. Gostamos do que criamos juntos.”

Sobre o The Police

O The Police emergiu em meio à cena new wave misturando influências de rock clássico, punk, reggae e jazz. Em menos de 10 anos, se tornou fenômeno mundial, vendendo mais de 75 milhões de cópias dos seus 5 álbuns de estúdio.

Entre 2007 e 2008, o grupo se reuniu para uma série de shows — até o momento, a última.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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