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Por que o Kiss é comparável aos Beatles, segundo Mike Portnoy

Baterista do Dream Theater vê diversas semelhanças e considera Peter Criss até mais subestimado do que Ringo Starr

Mike Portnoy é um grande fã do Kiss e nunca escondeu o tamanho da influência dos mascarados em seu trabalho. O baterista do Dream Theater vai ainda mais longe e compara os primeiros anos do quarteto de Nova York a outro quarteto, de Liverpool: os Beatles.

Em entrevista ao The Prog Report (via Rock Celebrities) sobre álbuns que completam 50 anos neste ano, Portnoy lembrou do primeiro disco do Kiss, homônimo. O músico tratou logo de fazer a comparação ao indicar que para ele, os americanos eram uma versão mais nova – e turbinada – dos ingleses.

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Mike também apontou semelhanças estéticas e dentro da própria formação do grupo. Ele disse:

“Vocês vão achar que eu sou louco, mas eu sempre vi similaridades realmente grandes entre o Kiss do início e os Beatles. Os Beatles eram quatro personalidades incrivelmente fortes, todos eles podiam dividir os vocais e compor.

Em seguida, o multibandas também traçou paralelos entre os integrantes de ambos os grupos.

Ace (Frehley) é George Harrison, exatamente. Peter (Criss) é Ringo (Starr). Gene e Paul (Stanley) são John (Lennon) e Paul (McCartney). Até mesmo a capa do primeiro álbum parece ‘Meet the Beatles’ ou ‘With the Beatles’, qualquer que seja a versão que você está se referindo.”

Peter Criss, o Ringo Starr do Kiss

Como baterista, Mike Portnoy é um grande defensor de Peter Criss, o ocupante original da vaga no Kiss. No podcast Another FN Podcast With Izzy Presley, em 2021, foi feita uma verdadeira “mesa redonda” para debater como Criss e Ringo Starr são subestimados.

Na ocasião, o músico do Dream Theater estava na companhia dos também bateristas Charlie Benante (Anthrax) e Roy Mayorga (Stone Sour), além dos jornalistas Eddie Trunk, Paul Gargano e Izzy Presley. Ele disse:

“O mais subestimado seria Peter, porque Ringo, por mais que as pessoas o critiquem por não ser um baterista tão técnico (algo que eu não acredito e discordo), ele ainda é reconhecido como Ringo, um dos bateristas mais influentes da história. Enquanto isso, não acho que Peter recebe todo o crédito.”

Apesar de ser conhecido por sua técnica extremamente apurada, Mike entende que a música vai além disso e é justamente essa visão que o faz admirar Peter Criss. Em 2020, ele falou sobre isso em conversa com o baterista brasileiro Eloy Casagrande, então integrante do Sepultura, durante as lives da “SepulQuarta” em meio à pandemia.

“As pessoas perguntam por que gosto de Peter Criss e Ringo Starr. Talvez por eu ter entrado tão precocemente no Hall da Fama da revista Modern Drummer. As pessoas dizem: ‘tem tantos outros bateristas que tocam mais rápido, são mais técnicos, etc’. E sim… há crianças que tocam facilmente o que eu toco. O ponto é que as coisas não são necessariamente sobre técnica, velocidade, é sobre alcançar outras pessoas, conectar com outros músicos, ocasionar um impacto no estilo de outros bateristas, no que eles escutam. Não significa que você é o melhor, ou melhor do que os outros.”

Beatles com esteroides

A comparação entre Kiss e Beatles feita por Mike Portnoy não é tão distante da realidade se levarmos em conta o contexto dos próprios mascarados nova-iorquinos no início da carreira. Os chefões Gene Simmons e Paul Stanley nunca esconderam a admiração pelos Fab Four, com a dinâmica musical entre os dois muitas vezes imitando a parceria de Lennon e McCartney.

Em entrevista também resgatada pelo Rock Celebrities, Simmons fala sobre o assunto:

“Na verdade, nós pensávamos, de nossa maneira iludida, que seríamos como os Beatles com esteroides. Quando você valida algo para si mesmo, é como uma profecia autorrealizável. Não significa que realmente é assim, mas em nossas mentes iludidas, era como: ‘vamos fazer nossa versão dos Beatles onde todo mundo é uma estrela, todos na banda podem cantar o vocal principal nas músicas’, o que era o caso.”

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André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Interessado em música desde a infância, teve um blog sobre discos de hard rock/metal antes da graduação e é considerado o melhor baixista do prédio onde mora. Tem passagens por Ei Nerd e Estadão.

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