Quando George Harrison explicou por que seus álbuns solo não venderam bem

Guitarrista começou a carreira individual com trabalhos bem mais experimentais do que a discografia dos Beatles

Paul McCartney é, até hoje, o grande fenômeno de vendas dos Beatles. Junto a Michael Jackson e Phil Collins, constitui a rara trupe de artistas que venderam mais de 100 milhões de discos tanto com sua banda quanto em carreira solo. John Lennon teve momentos esporádicos, como em “Imagine” (1971), enquanto Ringo Starr se valeu de sua inegável simpatia para se manter nos corações dos fãs. Já George Harrison seguiu um caminho alternativo.

­

- Advertisement -

Apesar de alguns hits pontuais e o êxito indiscutível de “All Things Must Pass” (1971), o guitarrista se aventurou em experimentos sonoros de vanguarda. Foi um dos primeiros artistas pop a gravar sons eletrônicos, além de testar variações de teclados e samplers.

Em entrevista de 1988 ao programa televisivo Countdown, resgatada pelo Far Out Magazine, o próprio refletiu sobre o fato de não ter obtido as glórias dos antigos colegas, especialmente nesse período inicial. Ele disse:

“A culpa é minha, porque me cansei de trabalhar sozinho e talvez as mixagens não fossem tão boas quanto poderiam ser. Mas a música daquela época – todo mundo quer que você mude e se torne o sabor do mês. Eu me recuso a fazer isso.”

Avesso a aparições públicas

O músico também destacou sua aversão por fazer promoção, algo de que ele estava farto depois de anos constantemente sob os olhos do público.

“Eu faço discos. Não sou bom em entrevistas. Eu não gosto de fazer isso. São 25 anos fazendo esse tipo de coisa, mas não me sinto muito à vontade. Eu lançava um disco, entregava-o à gravadora e eles pensavam: ‘Bem, se ele não o está promovendo, não vamos trabalhar tanto nisso’.”

Mesmo assim, Harrison não parecia muito preocupado se as pessoas gostavam ou não de sua música, acrescentando:

“Eu escrevi músicas, fiz discos e, se forem bons, as pessoas vão gostar. Se não forem, não vão.”

Sobre George Harrison

Nascido em Liverpool, Inglaterra, entrou no The Quarrymen aos 15 anos. Permaneceu por toda a evolução do grupo, até chegar aos Beatles, ficando na banda até seu final.

Logo a seguir, deu início a uma carreira solo que não foi tão constante, mas se destacou por seguir caminhos diferentes em comparação aos colegas, integrando aspectos filosóficos e idealistas ao conteúdo.

Também foi o responsável pela formação do Traveling Wilburys, supergrupo que contava com Bob Dylan, Tom Petty, Jeff Lynne e Roy Orbison. Ainda participou de álbuns de Cream, Eric Clapton, James Taylor, Gary Moore, Paul Simon, Badfinger, Jim Capaldi e trabalhos solo de seus antigos colegas de banda, entre vários outros.

Morreu de câncer aos 58 anos, no dia 29 de novembro de 2001.

Clique para seguir IgorMiranda.com.br no: Instagram | Twitter | TikTok | Facebook | YouTube | Threads.

ESCOLHAS DO EDITOR
InícioCuriosidadesQuando George Harrison explicou por que seus álbuns solo não venderam bem
João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

1 COMENTÁRIO

  1. Na .inhame percepção, George Harrison é um dos melhores letristas que pisou na terra. As letras que estão me vindo na memória, eu vou citar: “Just For Today”, “See Yourself”, “All Things Must Pass”, “Living In A Material World “, “My Sweet Lord”. Eu poderia dizer que é pelo fato de George ter se convertido a Krishna. Pode ser. Mas ao mesmo tempo, acho ele super inteligente. Eu sou Cristão. “Tiro O Chapéu” para George que é Krishna. Um dos melhores de todos os tempos. Com os Beatles, não; em carreira solo

DEIXE UMA RESPOSTA (comentários ofensivos não serão aprovados)

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui


Últimas notícias

Curiosidades