Em 2012 o Metallica registrou uma versão para “When a Blind Man Cries”, do Deep Purple. A música foi incluída no álbum “Re-Machined: A Tribute Deep Purple’s Machine Head”, que celebrava 40 anos de “Machine Head”, disco mais popular da carreira do grupo. A história entre as duas bandas tem como principal elo Lars Ulrich.
O baterista é fã desde a infância, após ter assistido a um show dos britânicos na Dinamarca quando tinha apenas 9 anos de idade. Mas e se o favor um dia pudesse ser retribuído? E se os ingleses fossem regravar uma criação do Metallica?
Em entrevista à revista Classic Rock no ano já mencionado, o músico revelou qual escolheria para ouvir na interpretação dos ídolos:
“Vou te dizer o que seria legal de ouvir: Deep Purple tocando ‘Orion’. Ou talvez uma música como ‘Welcome Home (Sanitarium)’ porque ela tem um quê de balada, com um pouco de peso e guitarra.”
As duas mencionadas pertencem a “Master of Puppets” (1986), terceiro álbum de estúdio do Metallica. Último a contar com o baixista Cliff Burton, se tornou o primeiro disco de thrash metal a alcançar premiação de platina em toda a história. Vendeu mais de 12 milhões de cópias em todo o mundo até hoje.
Lars Ulrich e o Deep Purple
Na mesma conversa, Lars foi questionado se continuou acompanhando o Deep Purple quando da reunião da banda, a partir de 1984.
“Claro! Quando eles voltaram, estávamos na turnê ‘Ride The Lightning’, tocando em clubes na América com W.A.S.P. e Armored Saint. James Hetfield e eu voamos até St. Louis para vê-los. Depois que nossa turnê terminou, nós os seguimos. A Girlschool estava abrindo, então nos juntamos a elas para viajar. Finalmente tivemos a honra de tocar com o Purple em 87 no festival Monsters of Rock na Alemanha. Ter o Metallica e o Deep Purple no mesmo cartaz do show foi uma grande coisa para mim.”
Mas a relevância ainda existia para quem já era um fã nos anos 1970? Ou era apenas um ato de nostalgia? Ulrich opina:
“Era diferente. Não sei se tinha a mesma magia, mas ‘Perfect Strangers’ é um ótimo disco. Foi legal vê-los juntos novamente. Tive a oportunidade de passar um tempo com Ian Paice, que foi o meu sonho tornado realidade. Para mim, a interação entre Ian Paice e Ritchie Blackmore é de outro mundo. Se você ouvir versões ao vivo de músicas como ‘Child in Time’, é inacreditável o que acontece entre os dois. Ainda mais com Roger Glover segurando o ritmo no baixo. Mas Ian Paice é o herói anônimo dessa banda. As pessoas falam muito sobre Bill Ward e John Bonham. Ian Paice simplesmente não recebe crédito por seu papel na formação desta dinastia musical.”
Rock and Roll Hall of Fame 2016
Quatro anos após a matéria em questão, coube a Lars realizar o discurso de indução do Deep Purple ao Rock and Roll Hall of Fame. Apesar da ausência de Ritchie Blackmore, o clima foi tenso o suficiente pela presença simultânea de membros de diferentes épocas da banda – especialmente com Ian Gillan claramente escanteando David Coverdale e Glenn Hughes.
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