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Rock virou corporativista? Coisa de tiozão? Bruce Dickinson comenta

Para vocalista do Iron Maiden, pode até ter se tornado em alguns casos, mas a culpa também é do público

Tem sido cada vez mais comum a percepção de que o rock seria, nos dias de hoje, “coisa de tiozão”. Obviamente, trata-se de uma visão simplista, mas Bruce Dickinson vê algum sentido na comparação — em especial quando se fala de bandas muito grandes e artistas que alcançaram um nível extremamente alto de sucesso ao longo dos anos.

Em entrevista à IstoÉ, o vocalista do Iron Maiden foi perguntado se considera que o rock tornou-se “corporativo”, em contraste com o espírito de contestação dos anos 1980, e “voltado para gente velha”. Na resposta, uma banda clássica foi citada como exemplo do motivo para essa postura atual de alguns artistas.

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Ele disse:

“A música é um reflexo da sociedade, um fenômeno social. Mas a verdade é que os artistas não têm muito controle sobre isso. Ninguém vira músico porque quer fazer sociologia, mas porque quer curtir um estilo de vida rock and roll. O que acontece é que muitas bandas se tornam instituições ao longo dos anos e isso as torna conservadoras, de alguma forma. Digo isso com respeito, ninguém espera que o AC/DC saia por aí tocando música folclórica e acompanhado por um naipe de metais. As pessoas ficariam chocadas, seriam contra. Seria o fim do grupo.”

Segundo o frontman, os artistas muitas vezes se tornam conservadores por conta do próprio público e não por uma escolha própria, embora o sucesso seja um ingrediente importante nessa receita. Em seguida, foi mencionada a relação entre clubes de futebol e seus torcedores como um exemplo da fala.

“Porque quem alcança o sucesso fica mais rígido, porque as pessoas não gostam quando as coisas mudam demais. De certa forma, você se torna um fóssil. Não torço para nenhum time de futebol, mas conheço muita gente que torce. Se algo radical mexe com o time é como o fim do mundo. Gosto de mudanças na área da criatividade. Algumas bandas podem parecer conservadoras, mas não é culpa delas. Essa escolha, na verdade, é feita pelo público.”

Bruce Dickinson, Iron Maiden e Brasil

“The Mandrake Project”, novo álbum solo de Bruce Dickinson, saiu no dia 1º de março. O tracklist reúne 10 faixas, incluindo uma versão retrabalhada para “If Eternity Should Fail” – aqui rebatizada “Eternity Has Failed” – originalmente presente em “The Book of Souls” (2015), do Iron Maiden.

Em 2024, o cantor vem duas vezes ao Brasil para shows. A primeira acontece como artista solo. Eis as datas:

  • 24/04 Curitiba (Live Curitiba)
  • 25/04 Porto Alegre (Pepsi On Stage)
  • 27/04 Brasília (Opera Hall)
  • 28/04 Belo Horizonte (Arena Hall)
  • 30/04 Rio de Janeiro (Qualistage)
  • 02/05 Ribeirão Preto (Quinta Linda)
  • 04/05 São Paulo (Vibra São Paulo)

No segundo semestre, o Iron Maiden realiza mais dois shows da “The Future Past Tour” no país. Ambos acontecem no Allianz Parque, em São Paulo, dias 6 e 7 de dezembro. Os dinamarqueses do Volbeat serão a atração de abertura.

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André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Interessado em música desde a infância, teve um blog sobre discos de hard rock/metal antes da graduação e é considerado o melhor baixista do prédio onde mora. Tem passagens por Ei Nerd e Estadão.

1 COMENTÁRIO

  1. Complementando a fala do Bruce Dickinson, podemos citar muitas novas bandas que surgem tentando repetir fórmulas já consolidadas no mercado, reduzindo a possibilidade de renovação só estilo.

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