Não é segredo para ninguém que a remuneração dos artistas através dos serviços de streaming é muito baixa – especialmente tendo em comparação os investimentos da indústria até o final do século passado. Muitas alternativas vêm sendo tentadas, mas nada parece realmente ser capaz de melhor a situação, especialmente a curto prazo.
Em coletiva de imprensa acompanhada pelo site, Bruce Dickinson ofereceu sua visão mercadológica. Para o músico, que recentemente lançou o álbum solo “The Mandrake Project”, o caso demandaria uma guinada radical por parte das plataformas.
Disse o vocalista do Iron Maiden:
“Em termos da forma como os discos são vendidos – bem, discos, downloads, coisas assim – acho que é uma situação em que todos perdem. Você tem o Spotify e coisas assim, que basicamente roubam os músicos, pagando-lhes quase nada por tocarem seu trabalho. E ainda assim, o próprio Spotify não consegue ganhar muito dinheiro. Consequentemente, os músicos não estão sendo pagos. Novas bandas dificilmente podem se dar ao luxo de começar, mas eles o fazem. Por quê? Porque elas amam o que fazem. É isso que as motiva.”
Sendo assim, Bruce defende uma medida impopular. Porém, ele a considera necessária.
“Para os serviços de streaming conseguirem pagar adequadamente, provavelmente teriam que cobrar mais. O que, francamente, não me oponho, e não acho que provavelmente a maioria dos ouvintes aceitaria. Talvez menos pessoas ouvissem, mas seriam as pessoas que realmente se importam, não aqueles que fazem isso apenas porque é barato.”
Spotify Loud & Clear 2024
Recentemente, o Spotify apresentou seu relatório anual Loud & Clear 2024, com informações referentes ao ano anterior que visam conferir transparência financeira à plataforma de streaming – bastante criticada por seus pagamentos a artistas e podcasters, especialmente após a remunerar apenas aqueles que ultrapassam mil execuções.
Por mais um ano, a plataforma estabeleceu o recorde de maior pagamento anual à indústria da música de um único varejista: mais de US$ 9 bilhões. O valor equivale a quase R$ 45 bi na cotação atual e em transação direta.
O número quase triplicou nos últimos seis anos e representa uma grande parte dos mais de US$ 48 bilhões que a empresa pagou desde a sua fundação. O dinheiro vai para detentores de direitos autorais, que incluem gravadoras, editoras, distribuidores independentes, organizações de direitos de execução e sociedades de gestão coletiva.
Além disso, a companhia declara ter pago aproximadamente US$ 4 bilhões às editoras – que representam compositores – nos últimos dois anos. De acordo com o Global Value of Music Copyright, editoras, compositores e organizações de gestão coletiva estão obtendo mais do que o dobro da receita (US$ 5,5 bilhões em 2022) na era do streaming do que já tiveram na era do CD/vendas (US$ 2,5 bilhões em 2001).
Também é destacado que o número de artistas que geram pelo menos US$ 1 milhão, US$ 100 mil e US$ 10 mil quase triplicou desde 2017. A quantidade de artistas que geram receita em todos os limites compartilhados na plataforma – de US$ 1 mil a US$ 10 milhões por ano – quase triplicou desde 2017. Esses valores representam a receita gerada apenas pelo Spotify. Ao levar em conta os ganhos de outros serviços e fontes de receita registradas, esses artistas provavelmente geraram 4x essa receita a partir de fontes de música registradas em geral, além de receitas adicionais de ingressos de shows e produtos.
Detalhes completos sobre o relatório podem ser lidos clicando aqui.
Bruce Dickinson no Brasil em 2024
Nas próximas semanas, Bruce Dickinson vem ao Brasil divulgando “The Mandrake Project”. O trabalho obteve algumas das melhores colocações do cantor em carreira solo nas paradas nacionais, com destaque para o 3º lugar no Reino Unido e o 1º na Alemanha.
Eis as datas e locais dos shows:
- 24/04 Curitiba (Live Curitiba)
- 25/04 Porto Alegre (Pepsi On Stage)
- 27/04 Brasília (Opera Hall)
- 28/04 Belo Horizonte (Arena Hall)
- 30/04 Rio de Janeiro (Qualistage)
- 02/05 Ribeirão Preto (Quinta Linda)
- 04/05 São Paulo (Vibra São Paulo)
No segundo semestre, o Iron Maiden realiza mais dois shows da “The Future Past Tour” no país. Ambos acontecem no Allianz Parque, em São Paulo, dias 6 e 7 de dezembro. Os dinamarqueses do Volbeat serão a atração de abertura.
Clique para seguir IgorMiranda.com.br no: Instagram | Twitter | Threads | Facebook | YouTube.