A principal razão para o fim dos Beatles, segundo George Martin

Para o produtor e arranjador, os integrantes do Fab Four apenas gostariam de ter vidas um pouco mais normais, dentro do possível

As teorias sobre o fim dos Beatles percorrem as discussões entre os fãs até hoje, seja pessoalmente ou online. Mesmo para os envolvidos as razões são díspares, dependendo do ponto de vista de cada um.

O produtor George Martin, falecido em 2016, também tinha suas convicções. Figura presente em quase todas as sessões do quarteto e responsável direto pelo aprimoramento musical alcançado, o arranjador entende que John, Paul, George e Ringo simplesmente desejaram ter uma vida menos anormal, dentro das possibilidades.

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Em depoimento ao documentário “The Beatles Anthology”, resgatado pelo Showbiz CheatSheet, ele disse:

“A separação surgiu de muitas coisas, principalmente porque cada um dos meninos queria viver sua própria vida e nunca conseguiu. Eles sempre tiveram que priorizar o grupo, se tornaram prisioneiros e acho que eventualmente se cansaram disso.”

A influências das esposas

A despeito de alguns comentários de mau gosto em relação à atuação das cônjuges, especialmente Yoko Ono, Martin entende que elas tiveram, sim, alguma atuação no rompimento.

“Eles queriam viver a vida como as outras pessoas, onde sua esposa é mais importante do que seu parceiro de trabalho. À medida que Yoko apareceu, à medida que Linda apareceu, elas se tornaram mais importantes para John e Paul do que John e Paul eram um para o outro. E o mesmo aconteceu com os outros meninos.”

A ideia não fugiu do que o próprio John Lennon, responsável por desencadear a situação, havia dito.

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“Somos todos indivíduos. E nos Beatles nós crescemos com isso. A bolsa se tornou muito pequena. Não posso impor filmes ou músicas extravagantes a George e Paul se eles não quiserem fazer isso. Da mesma forma, Paul não pode me impor o que quiser, especialmente quando não há mais um objetivo comum. Temos que viver nossas próprias vidas separadamente. Crescemos agora, saímos da escola e fomos direto para o showbiz.”

Paul McCartney e o fim “patético” dos Beatles

O encerramento das atividades dos Beatles já classificado como triste, trágico, polêmico e vários outros adjetivos. Porém, Paul McCartney tratou de acrescentar mais alguns à lista em declaração ao programa Inside the Songs, da rede de rádios da BBC.

Conforme transcrito pelo Music Radar, ele declarou:

“Foi tudo um pouco estranho e desagradável. Até que eu basicamente disse: ‘vamos ser sensatos’. Tínhamos muita coisa acontecendo para nós nos Beatles, mas o que realmente nos dividiu foram os negócios. E isso é muito patético, na verdade.”

Macca ainda afirmou que aprendeu a aceitar a presença de Yoko Ono durante as atividades do grupo. Porém, não concordava com algumas das ideias que ela e John Lennon pregavam.

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“A questão é que muito do que eles consideravam verdade era besteira. ‘A guerra acabou’, bem, não, não acabou. Mas eu entendo o que eles estavam dizendo, a guerra acabou, se você quiser. Então, se um número suficiente de pessoas quiser que a guerra acabou, ela vai acabar? Não tenho certeza se isso é totalmente verdade, mas é um ótimo sentimento.”

Mesmo relatando ter aceitado Yoko Ono no estúdio, John Lennon passou a ter uma postura desagradável durante as sessões com os Beatles, de acordo com Paul.

“Consegui aceitar Yoko no estúdio, sentada em um cobertor na frente do meu amplificador. Trabalhei duro para chegar a um acordo com isso, mas quando terminamos, e todo mundo estava se debatendo, John se tornou desagradável. Eu realmente não entendo o porquê. Talvez porque crescemos em Liverpool, onde sempre foi bom dar o primeiro soco na luta.”

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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