No final do ano passado os fãs do Sublime foram pegos de surpresa com o anúncio de que os membros remanescentes se reuniriam com Jakob, filho do falecido frontman Bradley Nowell. A parceria se deu durante um show em Los Angeles no dia 11 de dezembro. O evento teve caráter filantrópico, com renda revertida aos tratamentos de H.R., vocalista do Bad Brains.
A repercussão foi tão positiva que a banda decidiu se reagrupar em tempo integral. Desde então, eles já foram anunciados como atração do Coachella Festival 2024, ao lado de nomes como No Doubt, Lana Del Rey, Tyler the Creator, Doja Cat, J Balvin, Blur e Deftones.
Em nova entrevista à Rolling Stone, os envolvidos deram suas justificativas sobre o motivo de agora ser o momento certo para o retorno. Jakob começou explicando:
“Parecia que era hora de assumir esse papel. Vejo isso como uma função de custódia. Eu não sou o Sublime. Meus tios Bud (Gaugh, bateria) e Eric (Wilson, baixo) são o Sublime. Meu pai nem chegou a subir naquele palco, cara. Nunca cantou essas músicas para um público tão grande como a do Coachella, de pessoas que adoram seu som e sua mensagem. Se você fosse pai, o que gostaria? E eu sei o que eu gostaria que acontecesse nessa situação. Então, é o que tenho que fazer.”
Além da entrada de Jakob, a volta também conta com o retorno de Bud Gaugh. O baterista chegou a participar do começo do Sublime with Rome, mas saiu em 2011. O próprio conta o que fez desde então:
“Estava me dedicando à família. Realmente senti que precisava oferecer meu tempo a isso.”
O projeto Sublime with Rome
O Sublime encerrou oficialmente as atividades em 1996, com a morte de Bradley Nowell. Em 2009, os músicos remanescentes voltaram à ativa com o vocalista e guitarrista Rome Ramirez, numa parceria que foi chamada de Sublime with Rome.
O projeto lançou 3 álbuns de estúdio e realizou turnês, mas anunciou o encerramento com a saída do frontman. Jakob deixa claro que a nova fase não englobará esse período.
“Não tocaremos músicas do Sublime with Rome. Há um aspecto emocional com o qual tive que lidar enquanto crescia. Lembro-me de ter 14 anos e relaxar no porão do meu amigo e estarmos todos ouvindo música e fumando maconha. Meu amigo colocou uma música do Sublime e eu pensei, ‘ha ha’. Achei que ele estava meio que brincando comigo. E eu olho e é Rome cantando. E foi estranho. Isso me atingiu como um tiro no estômago. Não parecia certo.”
Sem material novo, mas com possíveis novidades
Os músicos encerram deixando claro não haver planos para novo material no momento. Porém, há a possibilidade de lançamentos com registros inéditos. Gaugh conta:
“Descobrimos um cofre de faixas inacabadas… e há uma infinidade de coisas. Sempre que tínhamos um gravador algo era registrado. Acontecia constantemente.”
Sobre o Sublime
O Sublime surgiu na cidade de Long Beach, na California, no final dos anos 1980. Influenciados por seus arredores, eles criaram uma mistura inovadora de rock, reggae, ska e hip-hop. Seu disco de estreia, “40oz. to Freedom”, foi lançado em 1992 e permanece um dos álbuns independentes mais vendidos da história.
Em 1996, eles estavam prestes a atingir o mainstream: assinaram um contrato com a MCA para lançar seu terceiro disco, homônimo, que acabou contendo os hits “What I Got”, “Santeria” e “Wrong Way”. Contudo, uma tragédia roubou os louros desse sucesso.
Dois meses antes do lançamento de “Sublime”, o vocalista e guitarrista Bradley Nowell foi encontrado morto em um quarto de motel, vítima de uma overdose de heroína. O grupo anunciou quase imediatamente que não continuariam sem seu líder, aludindo a como eles seriam como o Nirvana sem Kurt Cobain.
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