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Por que Robert Plant chorou ao ver Jimmy Page tocar com The Firm em show

Vocalista entende que o colega evoluiu como instrumentista após o fim do Led Zeppelin

Cinco anos após o fim do Led Zeppelin, a vida havia seguido para seus remanescentes. Enquanto John Paul Jones se aventurava colaborando com uma série de artistas dos mais variados estilos, Robert Plant estabelecia carreira como cantor solo, tendo lançado dois álbuns de estúdio.

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Em 18 de maio de 1985, dois dias antes de sair seu terceiro disco – “Shaken ‘n’ Stirred –, o cantor foi conferir Jimmy Page ao vivo com o The Firm. O supergrupo do guitarrista contava com o ex-vocalista do Free e do Bad Company, Paul Rodgers. O baixista Tony Franklin (ex-Roy Harper, futuro Blue Murder) e o baterista Chris Slade (ex-Uriah Heep e David Gilmour, futuro AC/DC e Asia) completavam a formação.

A apresentação em questão foi a primeira de três na NEC Arena, em Birmingham, Inglaterra. O frontman do Zeppelin foi acompanhado de sua filha adolescente, Carmen. A reação ao testemunhar o prosseguimento da carreira de seu parceiro e patrão até meia década antes surpreendeu até o próprio.

Como ele explicaria mais tarde em entrevista ao International Musician & Recording World – em resgate da Classic Rock –, a experiência foi emocionante. Mas não pelas razões que se possa imaginar. Ele declarou:

“Eu fiquei lá atrás, nos assentos baratos. E devo dizer que estava chorando, porque vi Jimmy evoluindo como guitarrista. Ele tocava todas aquelas escalas e fraseados estranhos, mas no contexto de um grupo de rock convencional. Algumas coisas eram fora dos padrões e fiquei surpreso. Nunca pensei que o ouviria tocar tão bem.”

O momento em que Robert Plant se sentiu livre

Fora do contexto, poderia parecer um comentário sarcástico. Mas em outra parte da conversa, impressa na edição de setembro de 1985 da revista, o cantor, então com 36 anos, elogiou seu ex-colega de banda contando uma história emotiva.

Três anos antes a dupla compartilhou um momento antes do lançamento do primeiro álbum solo de Plant, no verão de 1982, “Pictures At Eleven”. Robert foi até o Sol Studios em Cookham, Berkshire para mostrar o disco ao guitarrista, a quem ele ainda chama de ‘The Master’. Ele confessa que estava ansioso pela reação.

“Ficamos sentados lá juntos, eu com a mão em seu joelho, apenas ouvindo. Ele soube ali que eu estava seguindo em frente sozinho.”

Plant foi questionado se o fato de ter lançado uma carreira solo de sucesso antes de Page havia mudado a dinâmica de sua amizade com seu ex-colega de banda. Ele insistiu que não, embora tenha concluído com certo ar de mistério.

“Acho que o que Jimmy está fazendo com o The Firm está muito distante do que o Led Zeppelin era. No que diz respeito ao nosso relacionamento… é muito arriscado. Não sei se algum dia poderíamos falar sobre isso de forma tão analítica, mas sei que um dia nos sentaremos e realmente discutiremos o que ambos fizemos.”

The Firm e Led Zeppelin

O The Firm lançou dois discos: “The Firm” (1985) e “Mean Business” (1986). Os trabalhos não obtiveram o resultado esperado – além de terem sido criticados por público e mídia especializada pela qualidade aquém do imaginado quando a união de talentos tão grandiosos foi anunciada.

Page e Plant se reuniram em ocasiões especiais nos anos seguintes. No final do século passado, chegaram a lançar uma parceria oficial, gravando o ao vivo “No Quarter: Jimmy Page and Robert Plant Unledded” (1994) e o álbum de estúdio “Walking Into Clarksdale” (1998).

O Led Zeppelin ainda se reuniria pela última vez em 2007, com Jason Bonham assumindo a bateria no lugar de seu pai, John Bonham. O show na O2 Arena, em Londres, rendeu o espetáculo “Celebration Day”, disponibilizado em 2012 nos formatos de áudio e vídeo.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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Em 18 de maio de 1985, dois dias antes de sair seu terceiro disco – “Shaken ‘n’ Stirred –, o cantor foi conferir Jimmy Page ao vivo com o The Firm. O supergrupo do guitarrista contava com o ex-vocalista do Free e do Bad Company, Paul Rodgers. O baixista Tony Franklin (ex-Roy Harper, futuro Blue Murder) e o baterista Chris Slade (ex-Uriah Heep e David Gilmour, futuro AC/DC e Asia) completavam a formação.

A apresentação em questão foi a primeira de três na NEC Arena, em Birmingham, Inglaterra. O frontman do Zeppelin foi acompanhado de sua filha adolescente, Carmen. A reação ao testemunhar o prosseguimento da carreira de seu parceiro e patrão até meia década antes surpreendeu até o próprio.

Como ele explicaria mais tarde em entrevista ao International Musician & Recording World – em resgate da Classic Rock –, a experiência foi emocionante. Mas não pelas razões que se possa imaginar. Ele declarou:

“Eu fiquei lá atrás, nos assentos baratos. E devo dizer que estava chorando, porque vi Jimmy evoluindo como guitarrista. Ele tocava todas aquelas escalas e fraseados estranhos, mas no contexto de um grupo de rock convencional. Algumas coisas eram fora dos padrões e fiquei surpreso. Nunca pensei que o ouviria tocar tão bem.”

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Fora do contexto, poderia parecer um comentário sarcástico. Mas em outra parte da conversa, impressa na edição de setembro de 1985 da revista, o cantor, então com 36 anos, elogiou seu ex-colega de banda contando uma história emotiva.

Três anos antes a dupla compartilhou um momento antes do lançamento do primeiro álbum solo de Plant, no verão de 1982, “Pictures At Eleven”. Robert foi até o Sol Studios em Cookham, Berkshire para mostrar o disco ao guitarrista, a quem ele ainda chama de ‘The Master’. Ele confessa que estava ansioso pela reação.

“Ficamos sentados lá juntos, eu com a mão em seu joelho, apenas ouvindo. Ele soube ali que eu estava seguindo em frente sozinho.”

Plant foi questionado se o fato de ter lançado uma carreira solo de sucesso antes de Page havia mudado a dinâmica de sua amizade com seu ex-colega de banda. Ele insistiu que não, embora tenha concluído com certo ar de mistério.

“Acho que o que Jimmy está fazendo com o The Firm está muito distante do que o Led Zeppelin era. No que diz respeito ao nosso relacionamento… é muito arriscado. Não sei se algum dia poderíamos falar sobre isso de forma tão analítica, mas sei que um dia nos sentaremos e realmente discutiremos o que ambos fizemos.”

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O The Firm lançou dois discos: “The Firm” (1985) e “Mean Business” (1986). Os trabalhos não obtiveram o resultado esperado – além de terem sido criticados por público e mídia especializada pela qualidade aquém do imaginado quando a união de talentos tão grandiosos foi anunciada.

Page e Plant se reuniram em ocasiões especiais nos anos seguintes. No final do século passado, chegaram a lançar uma parceria oficial, gravando o ao vivo “No Quarter: Jimmy Page and Robert Plant Unledded” (1994) e o álbum de estúdio “Walking Into Clarksdale” (1998).

O Led Zeppelin ainda se reuniria pela última vez em 2007, com Jason Bonham assumindo a bateria no lugar de seu pai, John Bonham. O show na O2 Arena, em Londres, rendeu o espetáculo “Celebration Day”, disponibilizado em 2012 nos formatos de áudio e vídeo.

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João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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