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Como o TikTok mostra que o cinema não está morrendo, segundo Martin Scorsese

Icônico diretor também falou sobre o papel importante da crítica de cinema em guiar o público mais jovem

Embora seja crítico de alguns formatos adotados por Hollywood – e muito bem gabaritado para isso –, Martin Scorsese não acredita que o cinema esteja morrendo. Na verdade, ele aponta um sintoma que demonstra isso muito bem: o TikTok, o que também mostra que o cineasta não é um retrógrado em suas opiniões.

Scorsese foi homenageado no Festival de Berlim, ou Berlinale, onde também deu uma entrevista coletiva. O jornalista Luiz Carlos Merten, do Estadão, acompanhou o evento e registrou algumas das falas do cineasta.

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Entre as declarações, vale destacar uma em que o diretor cita o aplicativo de vídeos curtos como uma forma de expressão cinematográfica. Ele disse:

“Não creio que o cinema esteja morrendo, nem que vá morrer. Está é mudando. A mudança faz parte. O importante são as vozes individuais. Tem gente que se expressa no TikTok, em um filme de duas ou de quatro horas. O importante é a expressão que impulsiona a gente a fazer arte”.

Críticos e guias

Em meio aos vários assuntos abordados na entrevista, Martin Scorsese também discutiu a importância da crítica de cinema, tão achincalhada nos últimos anos. Para ele, um jornalista que vê um longa-metragem e compartilhando suas impressões também está criando seu próprio filme. O gênero textual também funciona como um guia, especialmente para os mais jovens, expostos a tanto conteúdo.

Para exemplificar, o cineasta relembrou a Nova York dos anos 1960, onde teve parte de sua formação e conheceu muitas obras antigas. Ele disse:

“O cinema silencioso quase não existia. Cópias difíceis de encontrar, filmes arranhados, imagens danificadas. Hoje, quase tudo está ao alcance das novas gerações. Comparo a um bebê que aprende a caminhar. Nessa quantidade muito grande de ofertas para se ver, conhecer, o espectador, principalmente jovem, precisa de alguém para orientar seus passos e ajudar na seleção.”

Martin Scorsese e “Assassinos da Lua das Flores”

A obra mais recente de Scorsese é “Assassinos da Lua das Flores”, lançado em 2023. Trazendo Leonardo DiCaprio, Robert De Niro, Lily Gladstone, Jesse Plemons, Tantoo Cardinal, Brendan Fraser e John Lithgow no elenco principal, o filme conta a história real do povo indígena Osage, que na década de 20, enriqueceu ao descobrir petróleo em suas terras nativas.

O longa já venceu diversos prêmios de destaque ao redor do mundo e recebeu 10 indicações ao Oscar 2024. São elas: Melhor Filme, Melhor Direção (Scorsese), Melhor Atriz (Gladstone), Melhor Ator Coadjuvante (De Niro), Melhor Fotografia, Melhor Montagem, Melhor Design de Produção, Melhor Figurino, Melhor Trilha Sonora e Melhor Canção Original (“Wahzhazhe (A Song for My People)”, de Scott George).

A cerimônia de premiação do Oscar acontece em 10 de março.

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André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes
André Luiz Fernandes é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Interessado em música desde a infância, teve um blog sobre discos de hard rock/metal antes da graduação e é considerado o melhor baixista do prédio onde mora. Tem passagens por Ei Nerd e Estadão.

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Embora seja crítico de alguns formatos adotados por Hollywood – e muito bem gabaritado para isso –, Martin Scorsese não acredita que o cinema esteja morrendo. Na verdade, ele aponta um sintoma que demonstra isso muito bem: o TikTok, o que também mostra que o cineasta não é um retrógrado em suas opiniões.

Scorsese foi homenageado no Festival de Berlim, ou Berlinale, onde também deu uma entrevista coletiva. O jornalista Luiz Carlos Merten, do Estadão, acompanhou o evento e registrou algumas das falas do cineasta.

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Entre as declarações, vale destacar uma em que o diretor cita o aplicativo de vídeos curtos como uma forma de expressão cinematográfica. Ele disse:

“Não creio que o cinema esteja morrendo, nem que vá morrer. Está é mudando. A mudança faz parte. O importante são as vozes individuais. Tem gente que se expressa no TikTok, em um filme de duas ou de quatro horas. O importante é a expressão que impulsiona a gente a fazer arte”.

Críticos e guias

Em meio aos vários assuntos abordados na entrevista, Martin Scorsese também discutiu a importância da crítica de cinema, tão achincalhada nos últimos anos. Para ele, um jornalista que vê um longa-metragem e compartilhando suas impressões também está criando seu próprio filme. O gênero textual também funciona como um guia, especialmente para os mais jovens, expostos a tanto conteúdo.

Para exemplificar, o cineasta relembrou a Nova York dos anos 1960, onde teve parte de sua formação e conheceu muitas obras antigas. Ele disse:

“O cinema silencioso quase não existia. Cópias difíceis de encontrar, filmes arranhados, imagens danificadas. Hoje, quase tudo está ao alcance das novas gerações. Comparo a um bebê que aprende a caminhar. Nessa quantidade muito grande de ofertas para se ver, conhecer, o espectador, principalmente jovem, precisa de alguém para orientar seus passos e ajudar na seleção.”

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A obra mais recente de Scorsese é “Assassinos da Lua das Flores”, lançado em 2023. Trazendo Leonardo DiCaprio, Robert De Niro, Lily Gladstone, Jesse Plemons, Tantoo Cardinal, Brendan Fraser e John Lithgow no elenco principal, o filme conta a história real do povo indígena Osage, que na década de 20, enriqueceu ao descobrir petróleo em suas terras nativas.

O longa já venceu diversos prêmios de destaque ao redor do mundo e recebeu 10 indicações ao Oscar 2024. São elas: Melhor Filme, Melhor Direção (Scorsese), Melhor Atriz (Gladstone), Melhor Ator Coadjuvante (De Niro), Melhor Fotografia, Melhor Montagem, Melhor Design de Produção, Melhor Figurino, Melhor Trilha Sonora e Melhor Canção Original (“Wahzhazhe (A Song for My People)”, de Scott George).

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André Luiz Fernandes é jornalista formado pela Universidade Metodista de São Paulo (UMESP). Interessado em música desde a infância, teve um blog sobre discos de hard rock/metal antes da graduação e é considerado o melhor baixista do prédio onde mora. Tem passagens por Ei Nerd e Estadão.

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