O baterista Deen Castronovo foi convidado a se retirar do Journey em 2015. O desencadeador da demissão foi a prisão após ter agredido a esposa e passar duas semanas na cadeia. Após um longo e penoso processo de reabilitação, o músico reassumiu sua função na banda em 2021.
Durante recente entrevista ao “Trunk Nation”, programa do radialista americano Eddie Trunk no sistema pago SiriusXM, o instrumentista refletiu sobre o período e falou sobre como se sente atualmente.
Conforme transcrição do Blabbermouth, ele começou falando sobre o momento atual.
“Estou de volta ao Journey desde 19 de julho de 2021. Entrei em meu terceiro ano desde então. Tem sido ótimo. Quero dizer, quem em um milhão de anos teria pensado que eu seria capaz de voltar a estar com meus irmãos e tocar a música que cresci amando? Tenho muita sorte. Eu não considero isso garantido. Definitivamente não.”
Quando o apresentador observou que a atitude positiva de Castronovo transparece em sua forma de tocar quando está se apresentando ao vivo agora, ele respondeu:
“Oh, cara, restauração total. Saí das drogas, me recuperei e estou trabalhando novamente fazendo o que amo. Muitas pessoas não conseguem ganhar a vida o que gostam. Quando se perde isso por causa de alguma decisão ou escolha estúpida e tem uma segunda chance, cara, você não faz nada para estragar tudo. E sim, é um estado perpétuo de gratidão todas as noites e todos os dias. Todas as manhãs eu acordo e digo: ‘Tudo bem. Número um. Estou vivo e respirando. Isso é uma coisa boa’. E então posso tocar e fazer o que amo. Ah, sim, cara. Nunca mais vou considerar isso garantido.”
O artista não se esquivou de falar sobre a situação que serviu como o estopim definitivo para as mudanças.
“Tive uma briga doméstica com minha esposa e a polícia foi chamada. Fiquei na prisão por 15 dias, o que me assustou muito. Nunca sido preso antes, então isso foi muito pesado. Decidi que me desligaria de tudo por uns dois anos. Não tocaria bateria. Não faria nenhuma música. Só me concentraria em organizar a vida. Recebia ofertas e recusava por não me considerar pronto para voltar.”
A demissão da banda de Ozzy e o mergulho nas drogas
Refletindo sobre o que o levou a embarcar de forma pesada nos abusos químicos, Deen voltou à metade dos anos 1990. À época, ele era o baterista da banda de Ozzy Osbourne, tendo gravado o álbum “Ozzmosis” e feito a primeira parte da turnê de divulgação. Porém, uma inesperada demissão mudou o destino.
“Bem, quando entrei no Bad English, eu estava sóbrio. Foi após sair da banda de Ozzy que simplesmente piorei. Comecei a beber, e então, é claro, quando você está bebendo: ‘Bem, por que não usar um pouco de cocaína com essa bebida?’: E então a cocaína estava queimando meu nariz e minhas cordas vocais e eu pensei: ‘Oh, por que eu simplesmente não fumo?’. Então comecei a fumar crack. Foi ficando cada vez pior.
Quando entrei no Journey, houve momentos em que eu parava. Esse era meu pior inimigo, cara – ser sócio da banda, ganhar muito dinheiro e ter muito tempo disponível. Minha família foi para o inferno comigo. A banda tentou me endireitar. Na estrada eu seria perfeito, não tocava em nada. Mas quando chegava em casa tudo mudava. Tive que bater abaixo do fundo do poço para despertar.”
À época da demissão, Ozzy alegou em entrevistas que Castronovo queria transformar os shows em apresentações solo, se exibindo e tocando toda hora, até entre as canções.
Infância e ajuda psicológica
Finalizando, o músico refletiu sobre a importância de pedir ajuda, além de contar de forma subliminar o quanto os traumas da infância o levaram por esse caminho.
“As drogas são um sintoma de problemas subjacentes. Tive uma infância muito ruim. Não foi fácil, não gostava de quem eu era por conta de situações que não me sinto à vontade para externar. No auge do vício, rezava para morrer, pois não sentia ter condições de parar. Só queria que não fosse doloroso. Por isso digo que você realmente precisa ter pessoas boas ao seu redor durante o processo. É uma batalha de altos e baixos. Mas aqui estou hoje e sou grato.”
Deen Castronovo atualmente
Além do Journey, Deen comanda atualmente o Revolution Saints. O grupo lança seu quinto álbum, “Against the Winds”, dia 9 de fevereiro, via Frontiers Music. O trabalho reúne 11 faixas inéditas.
É o segundo desde a mudança de formação ocorrida em 2022, quando o baterista e vocalista passou a contar com o baixista Jeff Pilson (Foreigner, ex-Dokken) e o guitarrista Joel Hoekstra (Whitesnake, ex-Night Ranger) como companheiros.
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