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Bruce Dickinson conta por que gosta tanto de compor com Adrian Smith

Vocalista do Iron Maiden comparou trabalho ao lado do guitarrista com o desenvolvido junto do baixista Steve Harris, líder da banda

As contribuições autorais do vocalista Bruce Dickinson para o mais recente álbum do Iron Maiden, “Senjutsu” (2021), foram todas ao lado do guitarrista Adrian Smith. Os dois, juntos, criaram as músicas “The Writing on the Wall”, “Days of Future Past” e “Darkest Hour”.

A parceria funciona bem há muito tempo, já que os dois coassinaram, ao longo dos anos, faixas como “Flight of Icarus”, “2 Minutes to Midnight”, “Moonchild” e “Speed of Light”, entre outras. Eles também trabalharam juntos, inclusive criando canções, em dois álbuns solo de Dickinson: “Accident of Birth” (1997) e “The Chemical Wedding” (1998).

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Em entrevista de 2021 ao Loudwire, Bruce Dickinson buscou explicar as razões pelas quais sua dupla de composição com Smith funciona tão bem no Maiden. O vocalista destacou que o guitarrista tem uma habilidade muito natural para criar músicas.

“Quando compomos juntos, as coisas se encaixam muito rapidamente. Ele fica bastante confortável para compor. Vem com algumas estruturas de acordes que são realmente fáceis de cantar e que têm muita cor musical, o que torna mais fácil pintar imagens na minha cabeça e escrever palavras e melodias para o topo da música.”

Em seguida, ele comparou o processo criativo com Smith a uma partida de tênis.

“Às vezes, trocamos um pouco as coisas. O que ele pensou ser um refrão pode acabar sendo algo intermediário. O que eu pensei que poderia ser um refrão pode se transformar em uma parte de guitarra. Mas você descobre isso quando começa a ter ideias. Adrian é um ótimo tenista, e quando você compõe com ele, é como jogar uma bola para frente e para trás. Depois de chegar a um bom rally, você diz: ‘isso foi bom, foi criativo’. É assim que é compor com Adrian.”

O método de Steve Harris

Na visão de Bruce Dickinson, a forma que Adrian Smith trabalha na criação dos álbuns é bem diferente da mecânica adotada pelo baixista e líder do Iron Maiden, Steve Harris. O cantor acredita que o método de Harris é um pouco menos espontâneo.

“Acabei não fazendo nada com Janick, mas não foi algo deliberado. Steve já tinha algumas ideias de Janick e Adrian. Ele gosta de levar as coisas embora e ficar tipo: ‘sou o mestre, irei embora… aqui está minha parte… aqui está o que todos devem fazer’. É assim que ele gosta de trabalhar.”

Ele completa:

“Ele nem sempre se sente confortável com a espontaneidade. Seu momento de espontaneidade é: ‘ei pessoal, surpresa – eu fiz tudo’. É assim que ele é! Estamos juntos, com idas e vindas, há 40 e poucos anos. Conhecemos a maneira como todos trabalhamos, nossos pontos fortes e fracos.”

Classic rock

Por fim, Dickinson apontou que o resultado de uma das músicas de “Senjutsu”, “The Writing on the Wall”, surpreendeu tanto a ele quanto a Adrian Smith. Ao concluir a criação da faixa, os dois consideraram que a pegada estava bem classic rock – o que os agradou.

“Adrian e eu ficamos bastante surpresos quando fizemos ‘The Writing on the Wall’. Ele disse: ‘essa deve ser a primeira música do disco’. Achamos que poderia ser uma primeira faixa interessante, mas acabou indo para outro caminho. É uma música diferente. Um pouco mais mainstream, tipo classic rock.”

Bruce Dickinson e Iron Maiden

O próximo álbum solo de Bruce Dickinson, “The Mandrake Project”, sai no dia 1º de março. Ele vem ao Brasil para uma série de shows no mês seguinte. O Maiden, por sua vez, retorna em dezembro para duas apresentações em São Paulo.

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Igor Miranda
Igor Miranda
Igor Miranda é jornalista formado pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU), com pós-graduação em Jornalismo Digital. Escreve sobre música desde 2007. Além de editar este site, é colaborador da Rolling Stone Brasil. Trabalhou para veículos como Whiplash.Net, portal Cifras, revista Guitarload, jornal Correio de Uberlândia, entre outros. Instagram, Twitter e Facebook: @igormirandasite.

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