Brian Wilson será colocado sob curatela (tutela para adultos e idosos), dentro de casa, após um diagnóstico de demência — nome geral para doenças cerebrais que causam perda gradual de raciocínio e memória. A informação foi publicada pelo tabloide Daily Mail e confirmada pelas redes oficiais do músico dos Beach Boys.
A tutela terá início na primavera do hemisfério norte (outono por aqui), pois o artista de 81 anos “não é mais capaz de cuidar de si”. Representantes de longa data – LeeAnn Hard, sua gerente de negócios, e Jean Sievers, seu assessor – serão seus responsáveis.
Uma audiência sobre a tutela de Wilson está marcada para 26 de abril. Como há apoio da família, é improvável que sejam colocados entraves nas condições.
A saúde de Wilson já vinha em declínio há algum tempo. Os cuidados eram tomados por sua esposa e empresária, Melinda Ledbetter, que faleceu no último dia 30 de janeiro.
Com a morte de Ledbetter, Hard e Sievers tomaram a decisão de pedir à Justiça que sejam responsáveis por Brian. No processo, else afirmam que Wilson é incapaz de “providenciar adequadamente suas próprias necessidades pessoais para saúde física, alimentação, vestuário ou abrigo”.
O que diz a família do músico
Por meio das redes sociais de Brian Wilson, sua família compartilhou uma nota confirmando o que tem sido debatido na Justiça. O texto, que não menciona problemas de saúde do artista, diz:
“Após o falecimento da amada esposa de Brian, Melinda, e após cuidadosa consideração e consulta entre Brian, seus sete filhos, Gloria Ramos e os médicos de Brian (e consistente com os processos familiares implementados por Brian e Melinda), estamos confirmando que os representantes de longa data da família Wilson, LeeAnn Hard e Jean Sievers, servirão como corresponsáveis da pessoa de Brian.
Esta decisão foi tomada para garantir que não haverá mudanças extremas no agregado familiar e que Brian e as crianças que vivem em casa serão cuidados e permanecerão na casa onde são cuidados por Gloria Ramos e pela maravilhosa equipe da casa que existe há muitos anos e ajuda a cuidar da família.
Brian poderá desfrutar de toda a sua família e amigos e continuar a trabalhar nos projetos atuais, bem como participar de quaisquer atividades que escolher.”
Brian Wilson e os Beach Boys
Os Beach Boys revolucionaram a música pop nos anos 1960, misturando rock and roll, R&B e influências de grupos de harmonias vocais de décadas anteriores. “Pet Sounds”, álbum de 1966, é considerado o marco zero do movimento que ficou conhecido como art rock.
A evolução musical do grupo passa diretamente pelo desenvolvimento musical de Brian Wilson. O compositor mais genial da formação os tirou do circuito “lugar comum” das milhares de bandas que surgiram nos Estados Unidos após a invasão inglesa, os transformando em uma atração de vanguarda.
Com isso, o conjunto angariou respeito até mesmo de seus ídolos, os Beatles, que reconhecidamente os usaram como referências para algumas de suas principais obras. Também são citados como influência por músicos de bandas como os Beatles, Ramones, Weezer, Bee Gees, além de Bruce Springsteen e muitos outros.
Até hoje, a banda vendeu mais de 100 milhões de discos em todo o planeta.
Problemas de saúde mental
Ao longo de toda a sua carreira, Brian Wilson sofreu com problemas de saúde mental. O músico foi diagnosticado com transtorno esquizoafetivo e transtorno bipolar leve. Pessoas próximas do artista tinham dificuldades em distinguir questões de saúde reais dele dos comportametnos considerados manipuladores.
O consumo de drogas e a vida em turnê agravaram a situação de Brian na década de 1960, quando muitas doenças ainda não eram devidamente diagnosticadas – ou, quando descobertas, não recebiam o devido tratamento. Ele também teve diagnósticos equivocados de esquizofrenia ao longo dos anos, especialmente devido ao fato de ter alucinações auditivas em forma de vozes desencarnadas.
Toda a situação levou Wilson a ter uma carreira artística irregular, no que diz respeito a atividades. Longos períodos de hiato dos estúdios e turnês fizeram com que ele produzisse menos do que poderia. O músico conseguiu controlar várias dessas questões nas últimas décadas, mas ele próprio reconhece que o sucesso do tratamento — sob iniciativa de sua falecida esposa, Melinda Ledbetter — prejudicou suas capacidades como compositor.
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