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Max Cavalera ouviu algum disco do Sepultura com Derrick Green? Ele responde

"É uma pergunta justa e tenho certeza que muitas pessoas se perguntam sobre isso", disse o atual frontman do Soulfly durante a resposta

Max Cavalera deixou o Sepultura em 1996, após uma série de desavenças pessoais e profissionais com os colegas de banda. Pouco tempo depois, Derrick Green o substituiu nos vocais e, até hoje, segue como a voz do grupo – que encerrará as atividades em breve.

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Fato é que “Roots” (1996) foi o último disco a contar com a participação de Cavalera. Todos os álbuns de estúdio que vieram depois – sendo “Quadra” (2020) o mais recente – não tiveram envolvimento do integrante original. 

Durante uma recente entrevista para o canal Dr. Music (via Blabbermouth), o entrevistador Scott Itter perguntou para o músico se ele chegou a ouvir algum projeto do Sepultura com Derrick. Ao responder, o atual frontman do Soulfly foi sincero: 

“Eu não ouvi. As pessoas dizem que se você terminar com sua esposa e ela se casar com outra pessoa, você não vai no Facebook ver o que eles estão fazendo. Você mantém distância. Eu me sinto meio assim. Então eu não tenho interesse em ouvir. Tenho muitas coisas para fazer. É uma pergunta justa e tenho certeza que muitas pessoas se perguntam sobre isso, mas, sim, eu não ouvi nada.”

A declaração não é exatamente uma surpresa. Conversando com o site Sticks For Stones em 2015, Cavalera já havia dito não ter qualquer interesse no material mais recente da banda, sobretudo por causa das opiniões negativas alheias.

“Eu não dou a mínima para o Sepultura ou para o que eles estão fazendo. Acabei de ouvir dos fãs que as pessoas não estão gostando de seus álbuns, que eles estão uma m#rda e que a banda está decaindo. Eu realmente não poderia me importar menos com o que eles estão fazendo. Não me preocupa. Eu tenho minhas coisas e, para mim, é muito triste ver uma banda que foi tão importante e especial nos anos 90 virar uma m#rda assim tão rápido.”

Max Cavalera e reunião com o Sepultura

Apesar da qualidade inegável dos trabalhos recentes do Sepultura e dos irmãos Cavalera, muitos fãs ainda sonham com uma reunião da formação clássica da maior banda da história do metal nacional. Prova disso é que raramente uma entrevista com ambos os lados se encerra sem o questionamento sobre a possibilidade.

Foi o que aconteceu recentemente com Max Cavalera, durante conversa com o Rock Interview Series, transcrita pelo Blabbermouth. Porém, o vocalista e guitarrista fez questão de deixar claro que um reencontro com o passado está bem longe do foco de suas prioridades no momento.

“Tenho vários projetos e estou ocupado com todos eles no momento. Minha banda principal é o Soulfly. Também há o Go Ahead and Die, com meu filho Igor, além do Killer be Killed. Já toco o material antigo com meu irmão e isso preenche qualquer tipo de vazio em relação à época.”

A situação, mais do que fazer com que Max não queira uma volta, não o causa qualquer tipo de necessidade.

“Não penso nisso de forma alguma. Neste momento, não preciso fazer nada assim. Estou ocupado com as coisas que tenho pela frente e os fãs adoram todas o que tenho feito, de qualquer maneira. Não faria sentido, realmente. Não penso nessa ideia há muito tempo. E eu amo o fato de que o Soulfly está ficando cada vez mais forte a cada novo registro. Estou ansioso para escrever o próximo. Será outro desafio e outra chance de fazer algo bom novamente.”

Como mencionado, Max saiu do Sepultura ainda em 1996, enquanto seu irmão, Iggor, permaneceu por mais uma década. Os dois se reuniram já no fim dos anos 2000, com o projeto Cavalera Conspiracy.

Na visão do vocalista e guitarrista original, ambos eram a alma da banda. Durante bate-papo com o programa Rock Mania no fim de 2022, o músico disse que o atual Sepultura “não é a mesma coisa”.

“Essas músicas têm magia, nesses discos que a gente fez. A gente botou sangue, suor, raiva, ódio, amor e tudo nesses discos que a gente fez. Sem querer falar mal nem nada, mas as pessoas querem ouvir o mais parecido com o original, que é com o Iggor na bateria e eu nos vocais e na guitarra. Eu sei que eles continuam tocando, mas pra mim e pra maioria dos fãs não é a mesma coisa. Não é por maldade, eu não estou fazendo isso com maldade pros caras. Independentemente do que o outro Sepultura está fazendo, o que eu e o Iggor fazemos é o real, é o de verdade, é o verdadeiro Sepultura, a alma do Sepultura. O espírito do Sepultura está com a gente.”

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 22 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

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