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As 10 histórias em quadrinhos favoritas de Gerard Way, do My Chemical Romance

Paixão do músico por quadrinhos fez cantor buscar formação na área artística

Além de vocalista do My Chemical Romance, Gerard Way tem em seu currículo a criação da HQ “The Umbrella Academy”, que também se tornou série na Netflix. Os quadrinhos são sua paixão até mesmo antes da música.

Sendo assim, o cantor não se fez de rogado ao elaborar um guia com suas 10 obras preferidas no formato. O artigo foi publicado em 2019 pelo Louder.

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As escolhas, com seus devidos comentários, foram as seguintes:

Doom Patrol – Grant Morrison

“Foi o momento em que Grant Morrison começou a quebrar os moldes. Pegou personagens pré-existentes com os quais ninguém realmente se importava, o que lhe deu liberdade para fazer o que quisesse com eles. Acabou realizando um trabalho pós-moderno e muito diferente de qualquer outra coisa porque não parecia mais um quadrinho de super-herói.

Grant tem sido uma grande influência para mim e me tornei amigo dele ao longo dos anos, o que é interessante. Eu nunca esperei chegar tão perto de alguém que é um herói meu. É bom conhecer alguém que está no topo de seu jogo – ele me mostra um trabalho que está anos-luz à frente de tudo o que está acontecendo. Faz isso o tempo todo. Sou maravilhado com sua obra.”

The Invisibles – Grant Morrison

“Este é muito mais abstrato. É uma leitura muito pesada e longa – durou anos. Eu diria que é uma combinação de uma autobiografia fictícia, uma teoria da conspiração e uma história em quadrinhos de espionagem. Grant fez uma jornada pessoal e psicológica em um determinado período de sua vida e estava basicamente tentando explica-la nos quadrinhos. É também sobre controle, um trabalho muito importante.

Há tantos grandes quadrinhos de Grant Morrison – meu favorito pessoal é The Filth. É um pouco abstrato e completamente selvagem, mas é uma premissa muito legal e uma ótima leitura. Indiscutivelmente, porém, seu melhor trabalho foi esse quadrinho de três edições muito simples que ele fez chamado We3. Trata-se de três animais que foram transformados em máquinas de matar, mas que fugiram e estão tentando escapar de seu governo e encontrar um lar. Acho que é a coisa mais emocionante e comovente que ele escreveu.”

Watchmen – Alan Moore

“Este tem que estar na lista, é cheio de inovações. É outro quadrinho que, na superfície, parecia que seria um de super-herói. Mas há tantas coisas acontecendo psicologicamente em cada página que se torna o tipo de obra que você lê repetidamente.

Foi uma honra e um terror para o My Chemical Romance ser convidado a contribuir com uma música para a trilha sonora do filme que eles fizeram. O quadrinho tem uma base de fãs underground forte que não queria que o filme fosse feito. Então eu sabia que havia uma boa chance de eles não darem muito apoio a uma banda como a nossa envolvida. Além de tudo, era um cover de uma música de Bob Dylan (Desolation Row). Eu sabia que estava entrando em um ninho de vespas.

Provavelmente chateei algumas pessoas. Mas não seria bom se outra banda fizesse isso. Meu pensamento era: não importa como o filme seja percebido, as pessoas vão assistir daqui em 20 anos e minha banda estará nele. Fico muito feliz em levar qualquer crítica por Watchmen.”

Akira – Katsuhiro Otomo

“Esta é a coisa mais próxima de uma obra-prima épica que os quadrinhos já tiveram. São seis volumes, todos do tamanho de listas telefônicas. Vagamente, é sobre a bomba atômica sendo lançada no Japão, as consequências dela e sua reconstrução. A arte é linda – nem uma única página é estilo lista telefônica. A arquitetura que ele cria só na cidade é incompreensível. É incrível que alguém possa desenhar tudo isso. Para mim, é a obra-prima dos quadrinhos.”

Marshal Law – Pat Mills & Kevin O’Neill

“Tenho uma prateleira inteira de Marshal Law em casa. Pessoas como Frank Miller já haviam feito a coisa anti-herói com Batman, mas Marshal Law é a HQ anti-herói definitiva. Há metáforas e paralelos com a Guerra do Vietnã, ela desconstrói o Super-Homem e o transforma em vilão. Marshal Law é apenas um dos melhores de todos os tempos – se você está entrando nos quadrinhos, este é um dos lugares para começar.”

Love and Rockets – Gilbert, Jaime & Mario Hernandez

“Uma história sobre amigos, mas também sobre música punk e ficção científica. Começa como uma coisa muito densa, uma fatia da vida, ficção científica e evolui à medida que os personagens se tornam parte de cenas punk e começam a entrar em bandas.

É também um livro muito forte sobre mulheres. Há uma personagem que começa de um jeito e, no meio da série, só ganha peso. Ele lida com coisas assim e você vê personagens passarem por mudanças reais. É escrito por três irmãos, Gilbert, Jaime e Mario, e eles estão fazendo isso desde 1981. É um dos quadrinhos independentes mais antigos que eu posso pensar.”

Daytripper – Fábio Moon & Gabriel Bá

“É de dois amigos meus, Fábio Moon e Gabriel Bá que são gêmeos. Trabalhei com o Gabriel na Umbrella Academy. Daytripper é o livro que eles fizeram para a Vertigo e basicamente ganhou todos os prêmios que você pode conquistar. É sobre a vida, as escolhas que você faz e como poderia ter sido muito diferente. É sobre todos os pequenos momentos que mudam tudo. É absolutamente lindo.”

Hellboy – Mike Mignola

“Mike Mignola é um gênio absoluto. Ninguém desenha como ele, ninguém conta uma história como ele, tudo o que faz tem magia. Em Hellboy, ele brinca com o folclore e os Mitos de Cthulu, mas no centro disso está um personagem que é apenas um cara normal preso na estranha posição de que ele é um demônio.”

Sandman – Neil Gaiman

“Tem que estar na lista. Nunca houve uma história em quadrinhos como essa. Neil foi o primeiro cara a olhar para uma história em quadrinhos quase como prosa. É tão cerebral, mas também é lindo e fantástico. Com Sandman, ele basicamente transformou os quadrinhos em literatura real, o que foi um grande ponto de virada.”

The Wicked + The Divine – Kieron Gillen & Jamie McKelvie

“Este é um mais novo que eu realmente gosto. Lembra Sandman, pois é sobre esse panteão de deuses. Mas a equipe que faz o livro conseguiu capturar a música de uma forma que os quadrinhos nunca conseguiram. Os mesmos caras costumavam fazer esse livro chamado Phonogram em que o conceito era que a música é mágica.

Eles ainda são as únicas pessoas que eu já li em uma história em quadrinhos que retrataram com precisão o que é estar se apresentando. Traz aquela sensação imortal e divina que você tem ao estar no palco. Também pegue qualquer coisa que Matt Fraction faça e qualquer coisa que sua esposa Kelly Sue DeConnick faz, particularmente ODY-C de Matt e Bitch Planet de Kelly Sue.”

Gerard Way e as HQs

Antes de fundar o My Chemical Romance, Way criou sua primeira HQ com apenas 16 anos, que ganhou o nome de “On Raven’s Wings”. O músico estudou na School of Visual Arts New York City, referência na área de artes, tendo concluído seu curso em 1999.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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