O Twisted Sister encerrou atividades em definitivo no ano de 2016, após uma reunião iniciada na década anterior. Desde então, a banda só se reuniu para recente homenagem no Heavy Metal Hall of Fame, quando foram homenageados. Porém, o hiato está próximo de ser encerrado.
Em entrevista ao The Metal Voice (via Blabbermouth), o vocalista Dee Snider deixou a possibilidade em aberto. O motivo seria de causar chiliques em quem acha que rock e política não se misturam: a banda quer deixar claras suas posições anti-Donald Trump, possível candidato republicano à presidência dos Estados Unidos em 2024.
“Bem, não ficarei surpreso se nos reunirmos neste ano eleitoral para defender algumas causas importantes. Estamos todos na mesma página – praticamente todos nós estamos na mesma página – e posso nos ver ajudando a lutar a boa luta. Porque esta é uma eleição geral, com assuntos como o direito de escolha das mulheres. Temos que enfrentar o outro lado. Eu disse ‘o outro lado’, porque não sou daquele lado, o do Sr. Trump.”
A causa em questão tem a ver com a recente recriminalização do aborto em território americano, combatida por vários artistas.
“Não podemos voltar no tempo. Vamos avançar. O fato de minha neta não ter o direito de escolher me surpreende. Portanto, essas são questões muito importantes. Será menos sobre os políticos e mais sobre os partidos e o que eles representam. Questões como controle de armas. A propósito, eu sou estranho… Estou armado, cara. Mas sou a favor do controle inteligente de armas. Sou o moderado. Dirijo um Tesla e um Hummer H2. Sou ambientalista e ando de motocicleta.”
A seguir, o cantor resolveu explicar o que faz dele um moderado, não alguém em cima do muro.
“Estou no vasto meio. Neste momento a extrema esquerda e a extrema direita se igualam. Eles estão comandando o navio, são as vozes mais altas na sala, estão fazendo o maior barulho, enquanto o centro está sentado em silêncio demais. Se você está disposto a discutir algo e considerar um compromisso, você é um moderado. Porque os extremistas não cederão um centímetro. Não falarão sobre isso. Não se comprometerão sob nenhuma circunstância. Portanto, há muitos de nós no meio que podem ser mais inclinados à direita ou para a esquerda. Tudo bem. Mas você precisa falar se estiver disposto a ter uma discussão sobre um assunto e estiver disposto a considerar comprometer alguma coisa, porque essas são as vozes que precisam dirigir o navio, não os extremos implacáveis e inflexíveis de ambos os lados.”
Apesar de ser abertamente contrário a Trump, Snider não considera o ex-presidente americano racista. Em outra entrevista, ao podcast “Wild Ride”, de Steve-O (Jackass), ele explicou sua posição.
“Sou anti-Trump, contra o que ele representa. Acredito que ele é um vendedor e está procurando alguém para comprar seu produto. E as pessoas que encontrou e compraram são pessoas com quem não concordo. E ele assume a posição de que concorda com eles, mas eu o conheci antes. Howard Stern fala longamente sobre isso. Nunca mostrou qualquer evidência de ser evangélico, de ser contra o direito de escolha das mulheres. Ele é um cara de Nova York. Nunca mostrou nenhuma dessas coisas. Só estou dizendo a vocês, pessoal. Eu sei que há pessoas por aí gritando que eu fui político aqui. Só estou dizendo que nunca houve qualquer evidência dessas coisas. E acredito firmemente que a situação seja algo do tipo ‘Ei, olha. Estou vendendo Trump como um produto. São essas pessoas que estão comprando’.”
Declaração anterior sobre o Twisted Sister
Nas últimas duas campanhas à presidência americana, Donald Trump usou “We’re Not Gonna Take It” como uma de suas músicas de divulgação. Visando evitar que isso aconteça novamente, Dee Snider disse em abril ao Yahoo! Entertainment que o Twisted Sister se reunirá para participar de comícios contrários ao político e empresário.
“Não vamos tolerar que ‘We’re Not Gonna Take It’ seja novamente cooptada pela extrema direita. Queremos ter certeza de que as pessoas ainda saibam que é uma música para todos e não representa aquele microgrupo egoísta. É realmente para as pessoas de massa, as pessoas moderadas, as pessoas que só querem viver suas vidas, ser elas mesmas e não ter pessoas dizendo a elas que não podem ser elas mesmas. Então, acho que você nos verá em comícios políticos e coisas assim. Estaremos por aí ano que vem.”
Eleição nos EUA
Se não houver outro movimento político nos próximos meses, a eleição presidencial norte-americana deve colocar Joe Biden e Donald Trump frente a frente mais uma vez. Na edição anterior, o democrata levou a melhor, o que fez o republicano protagonizar até mesmo tentativas de golpe de estado apoiado por grupos extremistas.
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