A música do Rush que sempre faz Geddy Lee se lembrar de Neil Peart

Opção recaiu sobre música presente no último álbum de estúdio do trio canadense

A morte de Neil Peart em 2020 sepultou qualquer esperança de um retorno do Rush. Elas já não era muitas, é verdade. O último show havia ocorrido em 2015 e o baterista já declarava abertamente sua intenção de não voltar à estrada. De qualquer modo, com o câncer cerebral que o acometeu, a situação se tornou definitiva.

Em recente entrevista à revista Vulture, Geddy Lee foi questionado sobre qual música o lembra do falecido colega. A escolha foi por uma canção da etapa final da carreira. Mais especificamente do disco que foi o último de inéditas.

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“‘The Garden’ do álbum ‘Clockwork Angels’. É por causa da natureza e da atmosfera quase agourenta daquela música, um exemplo de estrofe escrita por Peart: ‘A medida de uma vida é uma medida de amor e respeito / Tão difícil de ganhar, tão facilmente queimada’. Meio que representa o que eventualmente aconteceu com meu amigo e colega de banda. A declaração daquela música falava muito sobre onde ele se encontrava na vida. Muitas vezes pensei sobre… bem, é difícil para mim ouvir ‘The Garden’ sem pensar nele, sem saber, no final de sua vida.”

A seguir, o vocalista e multi-instrumentista recordou o processo criativo por trás da faixa.

“Lembro que Alex e eu estávamos trocando algumas ideias no meu estúdio caseiro aqui em Toronto. Ele tinha ido embora e eu voltei na manhã seguinte, ouvi algumas dessas pequenas ideias e comecei a tocar meu baixo. ‘The Garden’ acabou saindo. Eu juntei a introdução com um pouco de sintetizador e ela se moveu lindamente nos versos. Alex chegou no dia seguinte e isso também fez todo o sentido para ele. A música rapidamente se consolidou com base nessas diferentes estrofes de letras que tínhamos diante de nós. Foi muito lindo escrever. Não foi uma tortura. Algumas músicas são uma tortura, certo? Você transpira e arranca o cabelo. Toda a experiência de fazer ‘The Garden’ do início ao fim foi uma verdadeira alegria para nós.”

Rush e “Clockwork Angels”

Lançado em 12 de junho de 2012, “Clockwork Angels” foi o 19º e último trabalho de inéditas da carreira do Rush. Chegou ao número 1 no Canadá e 2 nos Estados Unidos. Conta a história de um jovem em busca de seus sonhos, tendo que enfrentar as forças da ordem e do caos em um mundo controlado pelo tempo de forma rígida.

Os primeiros singles, “Caravan” e “BU2B”, foram disponibilizados dois anos antes do lançamento do disco. O grupo ainda saiu em turnê no meio-tempo e só depois finalizou a obra. A capa feita por Hugh Syme substitui os números do relógio por símbolos alquímicos. Os ponteiros apontam 9:12, ou 21:12, referência ao clássico disco da banda.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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