As letras de Max Cavalera costumam ser um ponto de destaque, especialmente a partir da virada dos anos 1990, quando o Sepultura passou a investir pesado em temas políticos e simbologias espirituais. Sendo assim, pode surpreender a informação de que o vocalista e guitarrista não tem a atividade entre suas preferidas do processo artístico.
Durante entrevista ao Project Backstage, da República Tcheca, o líder do Soulfly confessou fazer a atividade por conta da necessidade, não do prazer. Sua preferência está em criar os riffs de guitarra.
Conforme transcrição do Blabbermouth, ele declarou:
“Bem, vou começar dizendo que odeio escrever letras. Nunca gostei. É como um dever de casa. Gosto de riffs. Sou guitarrista. Quando estou com meu instrumento, posso passar horas apenas improvisando. E é ótimo. Mas fazer letras é como uma tortura, embora coisas boas saiam. Ao longo dos anos me tornei um pouco mais político e consciente do mundo. Então comecei a fazer mais discos ‘Chaos A.D.’, ‘Roots’ e o material do Soulfly, falando sobre escravidão, superstições, profecias e coisas assim. Mas é verdade, eu não gosto. Aprecio o resultado, porque quando você ouve a multidão cantando, ela está lá e você transmite a mensagem. Mas não é minha atividade favorita como são os riffs.”
Influência do punk
A politização dos temas também encontra sustentáculos no que Max Cavalera ouvia na juventude, especialmente no punk.
“Se você prestar atenção nas letras… Muitas pessoas só querem rock, e tudo bem também. Mas na minha formação, cresci ouvindo muitas coisas do punk, que é politicamente carregado. Por conta disso, algumas das minhas coisas seguiram essa linha. Ao mesmo tempo é um estilo simples. Eu não tento ser algo que não sou. Escrevo de uma forma muito direta, para que qualquer um possa entender. Não há muitas metáforas e coisas assim, é direto ao ponto. Espero que algumas pessoas entendam e se inspirem pela mensagem que está em discos como ‘Totem’ e ‘Ritual’.”
Sobre Max Cavalera
Massimiliano Antonio Cavalera nasceu em Belo Horizonte. Com seu irmão, Igor, formou o Sepultura, banda de heavy metal mais bem-sucedida da história do Brasil. Saiu em 1996, após séria crise interna.
Atualmente, toca guitarra e canta no Cavalera Conspiracy, Soulfly, Go Ahead and Die e Killer Be Killed, além de fazer shows com o irmão relembrando o repertório do antigo grupo. Também teve o projeto Nailbomb, em parceria com Alex Newport.
Participou de discos do Probot, Five Finger Death Punch, Deftones, Apocalyptica e Body Count, entre outros. No filme “O Rei Escorpião” (2002), registrou os gritos guturais do ator Dwayne “The Rock” Johnson.
Clique para seguir IgorMiranda.com.br no: Instagram | Twitter | Threads | Facebook | YouTube.