Desde que despontou para o estrelato, Yngwie Malmsteen sempre usou guitarras da fabricante Fender, modelo Stratocaster. O músico chegou a ser abordado por várias outras empresas para utilizar seus instrumentos — incluindo a Gibson, tão lendária quanto a Fender —, mas ele nunca aceitou.
Por quê? Em entrevista de 2021 à Guitar World, Malmsteen explicou que, desde muito jovem, sempre foi apaixonado pelas guitarras Fender Stratocaster.
Como o modelo era — e ainda é — caro para se adquirir, ele se contentava com modelos que copiavam a original. Ele contou:
“A primeira guitarra que quis ter foi uma Fender Stratocaster. Até onde me lembro, eu sequer considerava outra. Mas eu não tinha dinheiro para comprar uma, então, eu tive cópias quando era garoto.”
Aos 12 anos, Yngwie se ofereceu para fazer um trabalho para a própria mãe em troca de uma Fender Stratocaster.
“Minha mãe queria mudar a pintura da casa. Perguntei a ela quanto os pintores iriam cobrar e ela disse: ‘dois mil’. Falei: ‘mande os pintores para o inferno, você pode me pagar no lugar deles’. Então, consegui o dinheiro para comprar uma Strato.”
Por volta dos 20 anos de idade, o guitarrista sueco já morava nos Estados Unidos e começava a se tornar um dos nomes mais famosos da nova geração do instrumento. Foi aí que outras fabricantes começaram a abordá-lo. Contudo, ele nunca abriu mão da Fender.
“Quando fiquei conhecido, toda empresa do mundo, incluindo a Gibson, disse: ‘qualquer guitarra que você quiser, faremos para você’. Eu dizia: ‘não, obrigado, prefiro pagar por uma Fender Stratocaster’.”
Modelo signature
A paixão de Yngwie Malmsteen pelos produtos Fender também está relacionada a uma política adotada pela empresa.
“Naquela época, a Fender nunca dava uma guitarra de graça para ninguém. Não davam nem mesmo para Jeff Beck e Eric Clapton. Era tipo: ‘você terá de comprar’. Então, fui o primeiro cara a conseguir uma guitarra de graça da Fender e também fui o primeiro a conseguir desenvolver um modelo signature com eles. Fiquei muito honrado com isso. Então, minha teimosia valeu a pena.”
Sobre Yngwie Malmsteen
Nascido Lars Johan Yngve Lannerbäck na Suécia em 30 de junho de 1963, Yngwie Malmsteen pegou um violão pela primeira vez aos 7 anos de idade, no dia em que Jimi Hendrix morreu, e ganhou sua primeira guitarra aos 9, de presente do irmão.
Largou a escola aos 15 e conseguiu um emprego consertando guitarras em uma loja de música em Estocolmo. Enquanto trabalhava lá, ele teve a ideia de escalopar braços de guitarra — modificação que torna as técnicas de vibrato e bending mais fáceis e que se tornaria marca registrada de seus instrumentos.
No final da adolescência, cada vez mais frustrado com a cena musical sueca, Malmsteen se viu num beco sem saída: suas composições, por melhores que fossem, não despertavam o interesse de nenhuma gravadora local por não serem “comerciais” o suficiente.
Sabe-se lá como, uma demo atravessou o oceano. Mike Varney, chefe da Shrapnel Records na Califórnia, ouviu e ficou impressionado com o estilo de tocar do jovem. Ele entrou em contato e pediu que Yngwie fosse aos Estados Unidos para gravar um álbum pela sua gravadora.
Malmsteen foi de mala e cuia para Los Angeles, onde se juntou ao Steeler. Ele gravou um álbum homônimo (1983) com a banda antes de unir forças com o veterano ex-vocalista do Rainbow Graham Bonnet no Alcatrazz, registrando “No Parole from Rock ‘n’ Roll” (1983) e o ao vivo “Live Sentence” (1984).
Cansado do expediente de compor em parceria com terceiros, ele saiu do Alcatrazz e pôs na rua o Yngwie J. Malmsteen’s Rising Force, nome sob o qual começou a gravar uma série de álbuns, alguns dos quais obteriam status de clássico não apenas no reino da guitarra, mas no hard e metal como um todo, como “Rising Force” (1984), “Trilogy” (1986) e “Odyssey” (1988).
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Tudo isso sem contar que Jimi Hendrix e Ritchie Blackmore, os ídolos da juventude de Yngwie, eram indissociáveis da Fender Stratocaster.