A entrada de Sammy Hagar no Van Halen gerou um racha definitivo da banda em duas eras sonoras. Saiu de cena o hard rock esporrento e farrista da fase David Lee Roth, entrando uma banda mais melódica e introspectiva. Tanto que não é incomum ver os fãs se referindo à segunda época pelo apelido Van Hagar.
E é justamente no momento inicial da colaboração que residem as melhores lembranças para o vocalista. Em entrevista à Forbes, o Red Rocker não hesitou ao mencionar seu álbum e turnê de estreia, em 1986.
“Quando eu volto no tempo e vejo novamente esses vídeos, ‘5150’ foi realmente a era mais legal. Estávamos ‘on fire’, éramos muito bons e tínhamos alta energia no palco.”
É justamente isso que o cantor deseja resgatar com a turnê “Best of All Worlds”, que acontece ano que vem. Ele será acompanhado pelo guitarrista Joe Satriani, o baixista Michael Anthony e o baterista Jason Bonham.
“Acho que é uma obrigação nossa para com aqueles jovens de 20 anos que nunca puderam ver o Van Halen ao vivo. Então, eles vão ouvir as vozes, isso é o número um. Também terão um baterista que pode tocar o material tão bem quanto qualquer outro. Para completar, um guitarrista tão bom quanto os melhores do mundo. Vamos nos aprofundar no catálogo, o que faz necessário alguém como Joe Satriani. Serão entre 8 e 15 músicas do Van Halen, cerca de uma hora e meia, além de outra meia hora da minha carreira fora da banda.”
Van Halen, Sammy Hagar e “5150”
Sétimo trabalho de estúdio do Van Halen, “5150” foi o primeiro a contar com Sammy Hagar nos vocais e segunda guitarra. Após ter trabalhado com o produtor Ted Templeman em todos os discos anteriores, o grupo optou por Mick Jones, líder do Foreigner, além de Donn Landee.
A sonoridade dava maior ênfase aos teclados, adaptando a sonoridade a algo mais próximo do AOR. O título é uma referência ao estúdio de Eddie Van Halen, que por sua vez, fazia alusão ao código policial da Califórnia para situações de emergência envolvendo pessoas com distúrbios psíquicos.
Impulsionado pelos hits “Why Can’t This Be Love”, “Dreams”, “Love Walks In”, “Summer Nights” e “Best of Both Worlds”, o disco chegou ao primeiro lugar nos Estados Unidos, onde vendeu mais de 6 milhões de cópias. A turnê não saiu da América do Norte, contando com 108 shows em território estadunidense e 3 no Canadá.
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