Atualmente é difícil você passar pela remixagem de alguma banda clássica de rock sem visualizar o nome de Steven Wilson nos créditos.
Além de ter produzido artistas como Fish, Opeth e Orphaned Land, o britânico colaborou com reedições de catálogo de bandas como Jethro Tull, Black Sabbath, King Crimson, Yes, Roxy Music, Tears For Fears e Ultravox. Recentemente, participou até mesmo de obras voltadas ao hard rock, passando por Kiss, Guns N’ Roses e Def Leppard.
Em conversa com o Songfacts, o artista explicou como se tornou essa referência na área. A experiência começou na própria carreira, o que veio a abrir diversas portas na indústria.
“Comecei a ser notado por fazer som surround em minhas próprias músicas. Por volta de 2008/2009 recebi uma indicação ao Grammy de melhor áudio especial/som surround – como era chamado na época [Melhor Álbum de Áudio Imersivo para ‘Fear of a Blank Planet’, do Porcupine Tree]. Então comecei a receber convites de alguns outros artistas. Apenas alguns para começar. Mas uma porta leva a outra. Ao longo dos anos foi aumentando e eu fiz um nome para mim mesmo com esses projetos de remix. Mas foi assim que tudo começou, na verdade – com a indicação ao Grammy para um de meus próprios discos que mixei em som surround.”
Quando questionado por que fez mais remixes para duas bandas, Jethro Tull e King Crimson, o motivo foi óbvio/prático.
“Acho que é o caso de eles terem os maiores catálogos – 50 anos no caso de Jethro Tull. Alguns dos outros artistas, como Tears For Fears, Chic e Suede, apenas têm menos discos. Ian [Anderson, vocalista] fez álbuns com 0 Jethro Tull praticamente todos os anos desde 1968. Então, havia cada vez mais material disponível.”
Os melhores resultados
Mas os resultados preferidos de Steven Wilson recaem sobre sua criação. Ele comenta:
“Meus favoritos são meus próprios discos, honestamente. Como, por exemplo, este novo, ‘The Harmony Codex’. Eu queria elevar o nível em termos do que era possível fazer com áudio espacial. Nos últimos três ou quatro anos a Apple adotou o Dolby Atmos. E logo depois, a Amazon e o Tidal a seguiram, até que todos esses sites realmente começaram a adotar o streaming de áudio espacial.
Senti que já era hora de realmente tentar elevar o nível do que é possível e a melhor maneira que encontrei de fazer isso foi aplicá-lo aos meus próprios discos. Então, meu mix favorito é definitivamente ‘The Harmony Codex’. Esse é o que eu tocaria para qualquer um que quisesse entender do que o áudio espacial é capaz.”
Os álbuns que gostaria de remixar
Em entrevista recente e exclusiva ao IgorMiranda.com.br, também disponível em vídeo, Wilson foi convidado a compartilhar quais álbuns gostaria de remixar, especialmente para dar ainda mais brilho a um trabalho originalmente impecável. O músico e produtor, vale destacar, domina técnicas de estúdio relacionadas ao chamado “áudio espacial” (“spatial audio”), que oferece uma experiência tridimensional ao ouvinte.
Ele respondeu:
“Há certos álbuns que eu adoraria remixar por achar que sonoramente eles poderiam ter sido melhores, mas há outros que eu adoraria fazer uma mixagem em áudio espacial pela razão contrária: porque acho que são álbuns incrivelmente bem gravados. Nesta segunda categoria, eu adoraria mixar, por exemplo, qualquer um dos discos do Talk Talk, como ‘Color of Spring’ (1986) e ‘Spirit of Eden’ (1988). Qualquer um dos discos da Kate Bush, como ‘Hounds of Love’ (1985), seria incrível. Qualquer um dos discos de Peter Gabriel seria incrível, a exemplo do quarto álbum dele (‘Security’, 1982). A lista é longa, mas esses são discos que eu cresci ouvindo, principalmente nos anos 80, quando era adolescente.”
“The Harmony Codex”
“The Harmony Codex” (2023), 7º trabalho solo de estúdio de Steven Wilson, saiu no último dia 29 de setembro. Chegou ao Top 10 em 6 paradas europeias, com destaque para o 2º lugar nos Países Baixos, 3º na Alemanha e 4º no Reino Unido (onde ficou em 1º no chart segmentado de rock e metal).
Sobre Steven Wilson
Nascido em Kingston Upon Thames, Inglaterra, Steven John Wilson é guitarrista, vocalista, principal compositor e membro fundador do Porcupine Tree, uma das principais bandas progressivas de sua geração. Ainda participou de projetos como Blackfield, Storm Corrosion e No-Man.
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