Nascida em São Petersburgo, a escritora russa Alisa Zinov’yevna Rozenbaum, mais conhecida como Ayn Rand, se tornou conhecida por desenvolver um sistema filosófico chamado de Objetivismo. Sua linha de pensamento defendia a razão como único meio de conhecimento. Para tal, apoiava o egoísmo racional e ético, rejeitando o altruísmo. Entre os vários artistas que se deixaram influenciar pelo modo pensante, esteve o Rush.
Músicas dos primeiros álbuns do grupo contaram com referências, a mais conhecida sendo “Closer to the Heart”, do álbum “A Farewell to Kings” (1977). Porém, o baixista e vocalista Geddy Lee garantiu ao Los Angeles Times que tudo cessou com o passar dos anos.
Para não deixar nenhuma dúvida sobre o modo como o tema foi abordado, reproduziremos não apenas a resposta, como a pergunta feita pelo repórter do jornal:
Los Angeles Times: “Você escreve sobre a influência que Ayn Rand teve nas letras do Rush. Ela glorificou o egoísmo de uma forma que fomentou as carreiras de muitos políticos de direita, incluindo Donald Trump, que a chamou de sua escritora favorita. Você se arrepende da fase Rand da banda?”
Geddy Lee: “Obtivemos conforto com seu manifesto num momento em que estávamos diante de um abismo e pensávamos que poderíamos não sobreviver. Não me arrependo, porque ajudou a nos salvar. Reservo-me o direito de aprender com o que fiz no passado e de não concordar com o meu eu mais jovem.
Eu entendo o que você está dizendo e não quero nenhuma associação com esse tipo de pensamento, porque isso é fascismo. Garanto que Trump nunca leu Ayn Rand.”
Rush e Ayn Rand
Vale destacar que, com o passar dos anos, a influência da escritora sobre a banda foi diminuindo, de acordo com os próprios músicos. Em newsletter de 1994, o baterista Neil Peart respondeu a um fã:
“Para começo de conversa, a extensão de minha influência pelos escritos de Ayn Rand não deveria ser tão valorizada – não sou discípulo de ninguém. Sim, eu acredito que o indivíduo é essencial em questões de justiça e liberdade, mas na filosofia, como Aristóteles disse há muito tempo, o maior bem é a felicidade.”
A situação voltou à tona em 2020, logo após a morte de Peart. À época, conservadores e liberais se digladiaram com argumentações nas redes sociais.
Vale destacar que o músico se descreveu em algumas entrevistas como “um libertário com inclinação à esquerda”. Chegou a declarar que as ideias do Partido Republicano dos Estados Unidos eram “o exato oposto dos ensinamentos de Jesus”.
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