A recente passagem de Bruno Mars pelo Brasil, tocando na edição inaugural do festival The Town, deixou inúmeras memórias históricas aos fãs. Porém, alguns se deram conta de que Mateus Asato não estava tocando com o popstar. Apesar de não ter sido divulgada ao público, a parceria já estava rompida.
Em entrevista ao podcast Amplifica, de Rafael Bittencourt (Angra), o instrumentista contou que só havia voltado à banda do astro no pós-pandemia devido a uma situação emergencial. Não se tratava de uma retomada da parceria de outrora.
Conforme transcrição do site, ele afirmou:
“Chegou o segundo semestre e veio o Guitar Camp do John Petrucci, conheci um dos meus ídolos. No meio do Guitar Camp, quem me liga? O baixinho do Havaí, chegou: ‘ô Mateuzão, outro filho veio para o nosso guitarrista, então é pra você, vamos’. Falei: ‘só se for agora, mas não acredito que você está me ligando de novo, eu tinha certeza de que você nunca ia me chamar’. Aí quando aconteceu, já estava mais em casa, acostumei com o grito da torcida, estava mais confiante.”
O compromisso se estendeu para o Silk Sonic, projeto de Mars com Anderson .Paak.
“Acabou que se rompeu com o outro guitarrista dele, o antigo guitarrista do Bruno foi fazer outro trabalho. Ele falou: ‘Mateuzão, tem esse projeto para 2022 chamado Silk Sonic, e a gente quer você’. Era o projeto paralelo do Bruno com um cara chamado Anderson Paak, uma mistura de Earth, Wind & Fire com algo moderno, mas anos 1970 total. Ele falou que ficaria 2022 total no Silk Sonic. Então fiquei naquela: ‘vou fazer meu trampo ou isso?’. Então decidi que não poderia deixar passar. Difícil dizer ‘não’ para algo que eu já sabia que seria temporário. Além disso, era algo anos 1970 e eu não sabia tocar nada de Michael Jackson, James Brown, etc. Vi que seria uma grande escola para mim. Tocamos até no Grammy, foi incrível. Era algo que precisava, estava na minha lista de desejos.”
Mateus Asato fora da banda de Bruno Mars
A ideia original foi cumprida à risca, com Mateus Asato finalizando o “revival” no início do ano atual.
“A balança começou a pesar mais. Gostei muito de tocar, mas a realização de ter me firmado com alguém conhecido mundialmente na posição de sideman estava completa. Perfeito, mas falei: ‘agora é hora de ir para o próximo capítulo da minha vida. Vou dedicar tempo às minhas coisas.’ Meu último show com ele foi em fevereiro de 2023.”
Asato admite, no entanto, que se soubesse da vinda de Bruno ao Brasil, teria tentado estender o compromisso.
“Já não estava mais com ele nos shows no Brasil, o que foi uma pena, pois eu saí da banda e, 15 dias depois, ele anuncia show no Brasil. Mandei uma mensagem zoando: ‘Sério? Nem para me avisar, pedir para ficar mais um pouco’. Mas enfim, 2023 teria que ser o ano. 2020 era para ter sido. Então fiz o ano todo com o Bruno, entendi o que é ser um sideman de um cara mundialmente conhecido, realizei todos os sonhos que eu queria.”
Próximos planos
O posto de guitarrista da banda de Mars foi ocupado por Luke Aiono, que já trabalhou previamente com Camila Cabello. De qualquer modo, não há mágoa ou arrependimento. Agora, o brasileiro pretende dedicar mais tempo à carreira solo.
“Sei que pode soar individualista, mas é minha carreira. Música é isso: interagir, dividir no palco. Mas tento seguir minha trajetória. Chegou o ponto em que senti muito forte, de um jeito até divino, que aquele era o momento de fazer algo meu.”
Já há até planos para um álbum com o próprio nome em andamento.
“Eu nunca fui muito de compor. Na verdade, eu sempre compus, mas a minha abordagem era diferente. Quando eu estava em shows, geralmente tocava progressões musicais criadas por outros. E no Instagram sempre tive naturalmente essa questão de compositor. Mas chegou num ponto onde eu pensei: é muito legal tocar músicas como ‘Just the Way’ ou qualquer outra, mas não criei isso aqui. Tocar algo criado por você ao vivo é um pico de satisfação que ainda não realizei.”
Sobre Mateus Asato
Radicado nos Estados Unidos, Mateus Asato se tornou um fenômeno nas redes sociais, o que lhe rendeu trabalhos ao lado de Jessie J, Bruno Mars, Tori Kelly, Kiko Loureiro, Sandy e Luan Santana, entre outros. Em 2019 foi eleito o 9° guitarrista mais influente da década pela conceituada revista americana Guitar World.
Em 2021, anunciou em seu Instagram que daria um tempo — na época, não deixou claro se seria da rede social ou da própria carreira. A seguir, desativou sua conta na plataforma, onde contava com mais de um milhão de seguidores.
O afastamento se limitou às redes sociais, já que ao longo do ano em questão, o músico movimentou sua carreira com colaborações com Fresno, Marty Friedman e Selena Gomez + DJ Snake, entre outros. Posteriormente, ele também reativou sua conta na plataforma.
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