Vocalista do Anti-Flag, Justin Sane é processado por agressão sexual

Músico foi acusado de crimes sexuais por 12 mulheres, fazendo com que a banda encerrasse atividades

Uma mulher está processando Justin Sane, vocalista e guitarrista do Anti-Flag, por agressão sexual. A ação acontece quatro meses depois de o grupo de punk rock ter se separado após várias mulheres se apresentarem para acusar o frontman de comportamento predatório, agressão sexual e estupro de menor.

Kristina Sarhadi, terapeuta holística e treinadora de saúde de Nova York, abriu um processo contra o artista, cujo nome legal é Justin Geever, na última quarta-feira (22). Ela também interpelou a distribuidora da banda – da qual os companheiros de banda Patrick Bollinger, também conhecido como Pat Thetic, Chris Head e Chris Barker (também conhecido como Chris No. 2) são membros registrados – por um valor não especificado.

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A ação foi movida por meio da New York’s Adult Survivors Act. A lei abdica, até a meia-noite desta quarta-feira (22), do estatuto de limitações para ações de má conduta sexual em ações cíveis. Foi por meio dessa possibilidade que outros astros se tornaram réus de acusações similares, a exemplo de Steven Tyler (Aerosmith) e Axl Rose (Guns N’ Roses).

Disse Sarhadi em um comunicado obtido pela Rolling Stone:

“Justin Geever usou sua plataforma como um célebre e autoproclamado ‘astro do punk rock’ para atrair meninas vulneráveis que se sentiam seguras em sua presença. Enquanto cantava sobre proteger as mulheres e enfrentar os abusadores, parece que estava escondendo um vício em poder e controle, prejudicando inúmeras mulheres que não conseguiam falar até agora. Hoje espero encorajar sobreviventes de outros predadores da indústria musical a sentirem esperança novamente.”

Os antigos membros do conjunto não se manifestaram. Sarhadi revelou sua experiência com Geever no podcast “Enough” em julho, detalhando um encontro angustiante em outubro de 2010 com um cantor punk ativista não identificada que supostamente a agrediu sexualmente quando ela tinha 22 anos. Mais tarde, ela confirmou se tratar de Geever era o cantor.

“Foi a coisa mais aterrorizante que já experimentei. Não posso enfatizar o quão violento ele era e o quanto eu acreditava plenamente que iria morrer, que ele iria me matar.”

Em setembro, a mesma Rolling Stone publicou uma investigação onde mais 12 mulheres acusaram Geever de comportamento predatório, agressão sexual e estupro nos Estados Unidos e na Europa, desde a década de 1990 e até 2020. Muitas se descreveram como fãs do Anti-Flag. que moldaram suas crenças sociais e políticas em torno do músico e das mensagens da banda.

Uma mulher tinha apenas 12 anos quando afirma que Geever a forçou a fazer sexo anal. Outras três mulheres afirmam que terem sido agredidas sexualmente de forma violenta.

Justin divulgou um texto onde nega ter cometido qualquer crime. Porém, ele confirmou que as atividades da banda foram encerradas em função dos problemas causados pelas acusações.

“Recentemente, foram feitas acusações de abuso sexual feitas contra mim e posso dizer que essas histórias são categoricamente falsas. Nunca tive uma relação sexual que não fosse consensual, nem nunca fui abordado por uma mulher após um encontro sexual para ser informado de que, de alguma forma, agi sem o consentimento dela ou a violei de alguma forma. Agora que tive alguns dias para absorver o choque inicial, estou fazendo esta declaração para esclarecer as coisas.

O abuso sexual é real e tem um impacto devastador nas vítimas. Dediquei toda a minha vida adulta a defender essas vítimas, bem como aquelas que sofrem opressão e desigualdade, que são humilhadas e abusadas. Sempre fui e sempre serei essa pessoa. As declarações que estão sendo feitas sobre mim são a antítese do que acredito e de como me comportei ao longo da minha vida.

Em relação à dissolução do Anti-Flag, como banda, foi tomada a decisão de que, nessas circunstâncias, seria impossível continuar.

Quero agradecer à minha família e amigos, e aos muitos, muitos fãs, músicos e bandas que me procuraram para oferecer apoio e ajuda.”

Os demais integrantes se pronunciaram em outro texto. O trio afirma que o fim das atividades do grupo tem a ver com princípios estabelecidos por eles próprios.

“Um princípio central da banda Anti-Flag é ouvir e acreditar em todos os sobreviventes de violência e abuso sexual. As recentes alegações sobre Justin estão em contradição direta com esse princípio. Portanto, sentimos que a única opção imediata era a dissolução.

Ficamos chocados, confusos, tristes e com os corações partidos desde o momento em que ouvimos essas alegações. Embora acreditemos que isso seja extremamente sério, nos últimos 30 anos nunca vimos Justin ser violento ou agressivo com mulheres. Essa situação nos abalou profundamente.

Entendemos e pedimos desculpas por esta reação não ter sido rápida o suficiente para algumas pessoas. Este é um território novo para todos nós e está demorando para processarmos a situação.

Foi um privilégio para nós estarmos na banda Anti-Flag, pois buscamos encontrar nosso caminho a seguir desejamos cura a todos os sobreviventes.”

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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