Como racismo pode ter alterado visão de Tarantino sobre Bruce Lee, segundo filha do ator

Shannon Lee havia criticado cineasta pela forma que retratou o pai em filme, mas agora mudou discurso e o apontou como vítima

Shannon Lee, filha do lendário ator e artista marcial Bruce Lee, mudou o discurso e, agora, saiu em defesa do diretor Quentin Tarantino por conta da forma que o pai foi retratado no filme “Era Uma Vez em… Hollywood” (2019). Para ela, o cineasta foi influenciado por visões que considera racista a respeito do ator.

A versão de Lee apresentada no longa mais recente de Tarantino gerou certa polêmica por ser retratado como uma pessoa provocativa e arrogante. Em sua defesa, o cineasta afirmou que o artista marcial era “meio que um cara arrogante” e que o escutou dizer algumas das falas que retratou na obra.

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Na época do lançamento do longa, Shannon foi uma das pessoas que criticaram o diretor, ao afirmar o seguinte:

“Ele pode retratar Bruce Lee da maneira que quiser e ele fez. Mas é um pouco desonesto da parte dele dizer: ‘bem, é assim que ele era, mas esse é um filme fictício, então não se preocupem muito com isso’.”

Para o The Telegraph (via NME), Shannon Lee parece ter mudado de ideia. Ela disse acreditar que Tarantino foi provavelmente influenciado por histórias negativas que escutou sobre seu pai — o que ela acredita ser fruto de racismo contra asiáticos.

“Eu nunca encontrei (o Tarantino). Não sei quais são os problemas dele com meu pai. Claramente, ele acha meu pai legal porque pegou algumas coisas dele. Mas ao mesmo tempo, acho que contaram a ele histórias de pessoas que se encontraram com meu pai e tiveram uma reação negativa. Muitos o achavam exageradamente confiante ou arrogante.

Tenho de dizer, pela minha experiência, que estas histórias são, em sua maioria, de homens brancos. Eu acho que Quentin escutou muitas destas histórias e acreditou nelas. Acho que muita gente olhava meu pai como alguém opressor, sabe?”

O próximo filme de Quentin Tarantino

Ainda sem data para sair, “The Movie Critic” será o próximo filme de Quentin Tarantino. Segundo o próprio diretor, será ambientado em 1977 e deve explorar a vida de um crítico cinematográfico que escreve para uma revista pornográfica e de um ator do ramo.

Anteriormente, rumores apontavam que a obra seria focada na vida da crítica Pauline Kael, que foi uma influência para o próprio cineasta. Contudo, os boatos perderam força nos últimos meses.

Tudo indica que o longa também deve ser o último de Tarantino antes de se aposentar. O cineasta já afirmou várias vezes que planejava gravar dez filmes antes de se aposentar – já lançou nove – e que também não quer se tornar um “velho alienado” em relação aos novos filmes – o que ele já considera estar em partes.

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Augusto Ikeda
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Formado em jornalismo pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Atua no mercado desde 2013 e já realizou trabalhos como assessor de imprensa, redator, repórter web e analista de marketing. É fã de esportes, tecnologia, música e cultura pop, mas sempre aberto a adquirir qualquer tipo de conhecimento.

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