Dave Grohl aponta os álbuns do Weezer e Bush influenciados por “In Utero”, do Nirvana

Baterista entende que os gigantes do grunge mostraram que era possível fazer um disco experimental após o grande sucesso da carreira

Terceiro trabalho de estúdio do Nirvana, “In Utero” (1993) foi o último lançamento da banda antes de sua extinção, causada pelo suicídio de Kurt Cobain. O grupo contrariou as expectativas das pessoas ao seu redor, apostando em uma sonoridade experimental, com influências de noise rock.

Durante entrevista ao podcast “Conan O’ Brien Needs a Friend” (via Loudwire), Dave Grohl refletiu sobre como o disco incentivou outras bandas a buscarem um caminho alternativo e, até certo ponto, anticomercial.

“Uma banda desconhecida consegue um contrato de gravação, entra em estúdio com um produtor e grava um álbum. Ele vai muito bem e então todos se sentem meio estranhos, porque talvez não tenha soado do jeito que desejavam. Quando vão gravar seu segundo disco eles dizem: ‘Bem, agora é assim que realmente soamos’.”

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É importante citar que o Nirvana já havia lançado o play de estreia antes de o baterista entrar: “Bleach” (1989). Mesmo assim, Grohl cita outros exemplos que trilharam o mesmo caminho.

“O Weezer fez isso com ‘Pinkerton’, que é um álbum incrível. O primeiro disco deles [‘Weezer’ de 1994] tem vários sucessos e os tornou muito populares. Assim, eles gravaram o seu ‘In Utero’. Outro exemplo é o Bush, que se tornou muito popular com o primeiro disco [‘Sixteen Stone’, de 1994]. Então, eles decidem: ‘Não, espere, f*da-se. Agora que somos grandes, podemos fazer o que realmente queremos, então vamos com um disco que seja cru na maneira como soa [‘Razorblade Suitcase’, de 1996].”

Nirvana e “In Utero”

Sob a batuta do produtor Steve Albini, as gravações de “In Utero” duraram duas semanas de fevereiro de 1993. As sessões ocorreram no Pachyderm Studio em Cannon Falls, Minnesota, Estados Unidos. Parte das composições foi desenvolvida no Brasil, entre as edições paulistana e carioca do festival Hollywood Rock.

Apesar da tentativa declarada de fugir das características que levaram ao sucesso em “Nevermind” (1991), o álbum chegou ao 1º lugar na parada americana, vendendo mais de 15 milhões de cópias em todo o mundo. Embora Cobain tenha declarado em entrevistas considerar o conteúdo lírico impessoal, várias das letras refletiam suas angústias e lutas na vida pós-fama.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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