Apesar de gostar de propagandear que não ouvia nenhum artista desde Peter Gabriel, Eddie Van Halen parecia bem antenado com as novidades quando era questionado. Como durante entrevista à Rolling Stone (via Rock and Roll Garage) em 1995. À época, o mundo ainda estava impactado com o suicídio de Kurt Cobain, ocorrido no ano anterior.
Para começo de conversa, ele deixou claro se sentir desconfortável com a ideia de sofrimento vendida pelas formações do grunge. A postura era totalmente diferente dos movimentos anteriores do rock.
“Acho que há certas bandas que até reclamam de fazer música. Ei, se for um problema, não faça. Por mais que eu ame a obra de Kurt Cobain, e por mais triste que seja que ele não esteja mais conosco, não posso deixar de pensar que, se o que você está fazendo pode te levar a se matar, você deveria parar. Não vale a pena. Fique em casa e faça música para você no seu quarto.”
De qualquer modo, o guitarrista fez questão de reafirmar sua admiração pelo Nirvana. Até mesmo deixando a limitação técnica de seu líder enquanto instrumentista de lado.
“Não importava quão bom ou ruim ele fosse. Tinha um feeling que me comoveu. Não há proficiência técnica específica. Mas isso não importava. Adorava sua voz e suas músicas. Vinham de seu coração. Era real.”
Eddie Van Halen, Kurt Cobain e grunge
Eddie Van Halen também fez uma reflexão sobre o movimento que colocou Seattle no centro do mundo e sua abordagem.
“Na Europa eles não entendem todo esse rock deprimente. Perguntam em todas as entrevistas: ‘O que há com essa m*rda de depressão-grunge-geração-X?’ Eles não entendem nada. Bem, se é assim que você se sente, tudo bem. Mas não acho que as coisas estejam piores do que quando eu era jovem.”
“Balance”
Curiosamente, o impacto não deixou de atingir o Van Halen. Lançado no ano da entrevista em questão, “Balance” contava com referências bem mais obscuras que o tradicional da banda. Foi o último trabalho completo de inéditas a contar com o vocalista Sammy Hagar.
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