A temporada de shows do U2 em Las Vegas dentro da esfera com telas de LED por dentro e fora começa nesta sexta-feira (29). A banda aproveitou a ocasião para lançar seu novo single, “Atomic City”, o primeiro em dois anos.
O título (“Cidade atômica”) é uma homenagem ao apelido de Las Vegas durante os anos 1950, devido à proximidade da cidade aos campos de teste nucleares do Exército americano. Em declaração oficial, o vocalista Bono disse:
“É uma canção de amor ao nosso público. Onde estiverem é onde estarei.”
Confira a seguir.
A música, que teve sua estreia ao vivo dia 17 de setembro num show surpresa no meio de uma das ruas mais movimentadas de Las Vegas, contém várias semelhanças ao clássico “Call Me”, do Blondie. Chegou ao ponto da vocalista Debbie Harry e do produtor Giorgio Moroder – autores da faixa do grupo americano – serem creditados como co-compositores de “Atomic City”.
Bono e The Edge também falaram sobre a canção em entrevista ao programa de Zane Lowe na Apple Music 1 (transcrição via NME). Durante o episódio, descreveram como o baterista Larry Mullen Jr — ausente da temporada de shows em Las Vegas por questões físicas — participou das gravações no sacrifício:
“É complicado pra ele. E ele veio na noite anterior da que a gente gravou no Sound City. Tantas histórias naquele estúdio. Edge queria que a gente fosse lá. Larry foi na noite anterior só pra ter certeza. Ele não sabia se conseguia tocar por uma hora ou 15 minutos, mas simplesmente tocou adoidado.”
The Edge completou a história:
“John [técnico de bateria de Mullen Jr.] disse que ele amou tanto o som ambiente do estúdio que acabou tocando por umas três horas.”
Sobre o show nas ruas de Las Vegas que aparece no clipe da música, Bono falou:
“Foi o lugar certo pra gente. E pesou no corpo do Larry. Ele estava fingindo tocar. Estamos fazendo o clipe e ele sofrendo. Mas ele vai voltar à forma logo. É de partir o coração pro Larry estar aqui e ver isso, sabendo que Bram [van den Berg] o está substituindo.”
U2 e Larry Mullen Jr
Larry Mullen Jr recentemente passou por uma série de cirurgias para corrigir problemas físicos causados por décadas de turnê. Ele havia revelado em dezembro de 2022 que não sairia na estrada com o U2 por causa deles. Ao Washington Post, afirmou:
“Eu tenho pedaços meus caindo, cotovelo, joelho e pescoço. Então, durante a pandemia de Covid, enquanto a gente não tocava, tive a oportunidade de checar algumas dessas coisas. Então eu gostaria de tirar um tempo, o que vou usar para me recuperar.”
Na mesma entrevista, o baterista destacou ainda que o esforço de continuar a tocar enquanto lidava com esses problemas o afetou.
“Você só faz isso se estiver se divertindo muito. E nem todo mundo aguenta porque o preço é alto. Então acho que o desafio é por uma generosidade maior. Mais transparência quanto ao processo. Eu sou autônomo e valorizo minha autonomia. Eu não canto o mesmo livro de hinos. Eu não rezo para a mesma versão de Deus. Então todo mundo tem seu limite.”
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