“Master of Puppets” é um álbum que pode ser descrito de diversas maneiras. Obra-prima, genial, brutal, preciso. Entretanto, para Kirk Hammett, o terceiro disco do Metallica é uma palavra bem temida por muitos: sentimental.
O guitarrista discutiu vários aspectos de sua carreira em entrevista ao youtuber Rick Beato (transcrição via Louder). Quando o assunto se voltou a esse álbum, visto como um dos maiores da história do metal, Hammett abriu o coração:
“’Master of Puppets’, pra mim, é um álbum muito sentimental. Sabíamos que tínhamos algo, sabe, sabíamos que iria provocar e sabíamos que provavelmente não seríamos aceitos por todo mundo, mas estávamos completamente comprometidos com aquilo, sabe, toda nota. E a gente precisava estar, e acho que dá pra notar.”
Quando perguntado sobre como ele se sente escutando o disco hoje em dia, Kirk destacou uma música que não está entre as mais famosas do grupo, mas que certamente é adorada pelos fãs mais dedicados.
“Quando eu escuto de novo hoje em dia, eu sou inundado por lembranças. Até quando só estou tocando ‘The Thing That Should Not Not Be’, eu lembro que foi a última canção no disco que terminamos de compor, e a gente finalizou no estúdio. E eu lembro de ter 45 minutos pra fazer aquele solo de guitarra porque precisava sair pro aeroporto e eu pensei pra mim mesmo, ‘É melhor eu acertar essa porra de solo em 45 minutos ou senão vou ficar mais tempo em Copenhagen do que esperava.”
Lembranças de Cliff Burton
Sobre o disco em si, Kirk Hammett refletiu sobre o saudoso Cliff Burton.
“Em termos de arranjo, composição, habilidade, a gente tava entrosado num jeito que não tínhamos atingido até então. E me faz pensar em como ‘…And Justice For All’ seria com Cliff.”
O baixista do Metallica morreu num trágico acidente durante a turnê de “master of Puppets”, no qual o ônibus carregando a banda capotou e esmagou o músico, arremessado para fora da janela ao lado de onde dormia.
Hammett ainda encontrou tempo de falar algumas memórias sobre o baixista, contando:
“Porque a gente dividia quarto, eu ficava sentado e via ele tocar um violão clássico desafinado e ele tocava as coisas mais doidas e estranhas. E aí ele pegava uma cópia de Les Paul e começava a tocar junto com canções do Lynyrd Skynyrd. E eu ficava irritado depois de um tempo porque ele parava a canção e apontava o solo do Ed King, falando: ‘O que ele está fazendo ali? Você sabe o que ele está fazendo?’. Eu respondia que sim e ele falava: ‘Mostra pra mim, por favor’. E aí eu precisava mostrar uma coisa básica de guitarra pra ele e então ele tocava pelas próximas três horas sem parar. Ele me deixava louco, mas esse era o processo dele.”
Sobre o álbum “Master of Puppets”
Lançado em 3 de março de 1986, “Master of Puppets” foi o terceiro trabalho de inéditas do Metallica e o último a contar com o baixista Cliff Burton. Ele morreria em um acidente com o tour bus durante viagem pela Suécia no dia 27 de setembro do mesmo ano.
Tornou-se o primeiro álbum de thrash metal a ganhar disco de platina. Vendeu mais de 12 milhões de cópias em todo o mundo. Também foi o primeiro disco de heavy metal a ser escolhido pela Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos para inclusão nos registros nacionais, baseado em seu valor artístico, histórico e cultural.
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