O Abba não tem mais qualquer plano de realizar shows. Por isso, no ano passado, para celebrar o disco de inéditas “Voyage” (2021), o grupo sueco decidiu voltar aos palcos de uma maneira um tanto quanto diferente: com hologramas. Diante dessa possibilidade, Krist Novoselic não descarta uma reunião do Nirvana nos mesmos moldes.
O baixista é um defensor do uso de tecnologias na música. À Mojo Magazine, ele introduziu o assunto explicando a importância da inteligência artificial para a edição comemorativa do “In Utero”. Para celebrar os 30 anos do trabalho original, serão disponibilizadas gravações ao vivo da última turnê da banda grunge como material extra — e a IA ajudou no tratamento do material.
“Esses shows precisam ser ouvidos. Agora, com a inteligência artificial, você pode pegar uma mixagem final e depois separar os sons. Então você consegue obter novas mixagens muito boas. Soam cruas.”
Depois, o tópico “hologramas” apareceu no bate-papo. Quando perguntado sobre a possibilidade de shows do Nirvana com o recurso, no estilo Abba, o músico riu e considerou a ideia:
“Você nunca sabe o que pode acontecer. Se eu disser ‘de jeito nenhum’, isso pode mudar para ‘quanto vai custar? quando começamos?’.”
Reuniões reais do Nirvana
Independentemente de qualquer coisa, Krist Novoselic espera tocar as faixas do grupo novamente com Dave Grohl, baterista do Nirvana e líder do Foo Fighters, e Pat Smear, guitarrista do FF que também excursionou com o grupo de Kurt Cobain.
“Estou sempre torcendo por isso. Houve um tempo em que pensei que nunca mais tocaria as músicas do Nirvana. Tivemos uma conversa: ‘Vamos voltar a fazer isso, sem exagerar’. Então, sim, faremos quando for o momento certo.”
Desde a morte de Cobain em 1994, os integrantes performaram juntos algumas vezes com vocalistas convidados. Entre as ocasiões, estiveram a cerimônia do Rock And Roll Of Fame de 2014, o festival Cal Jam de 2018 e o evento Art of Elysium Gala de 2020.
Como funciona o “Abba Voyage”
O show do Abba com hologramas, chamado “Abba Voyage”, demorou dois anos para ficar pronto devido às pesquisas e estudos, como explicou a produtora Svana Gisla em entrevista ao NME.
Durante cinco semanas, o diretor Baillie Walsh e sua equipe filmaram os integrantes do Abba em movimento com cerca de 160 câmeras diferentes para criar avatares virtuais específicos de cada um deles (apelidados de “Abba-tars”). Como os hologramas imitam suas aparências da década de 1970, a performance de dublês mais jovens também foi utilizada no resultado final.
Segundo a Vulture, o projeto custou US$ 175 milhões (cerca de R$ 942 milhões na cotação atual), tornando-se um dos shows ao vivo mais caros de todos os tempos. Por causa da tecnologia avançada, o “Abba Voyage” concorreu em duas categorias no 21º Prêmio da Sociedade de Efeitos Visuais (VES), responsável por eleger os melhores efeitos visuais do entretenimento de 2022, vencendo uma delas – Melhores Efeitos Visuais em Projeto de Local Especial.
A duração da apresentação – cujo repertório passa por toda a discografia do Abba – é de 90 minutos e inclui 22 músicas com vocais gravados previamente. Há ainda a presença de uma banda ao vivo de dez membros, montada com a ajuda de James Righton, ex-integrante do Klaxons.
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