Regras são comuns em ambientes de shows e festivais, mas existem limites quando essas mexem diretamente com a experiência do público. Isso ficou claro na última semana, quando a cantora e compositora Lucy May Walker gerou polêmica ao publicar em suas redes sociais uma lista de recomendações de “etiqueta” a serem seguidas em seus shows.
Prestes a iniciar uma turnê pelo Reino Unido, a artista inglesa de Londres usou sua conta no X/Twitter (via NME) para divulgar a iniciativa e lamentar o comportamento do público em shows.
“Depois de minhas muitas entrevistas com vários meios de comunicação sobre etiqueta em shows, decidi implementá-las para minha próxima turnê solo. Nunca vi isso ser feito antes (e estou triste que tenha chegado a esse ponto), mas espero que isso encoraje as pessoas a se comportarem. O que acham?”
Anexado ao tweet veio a extensa lista de regras de etiqueta que aconselha os fãs a não cantarem juntos e não conversarem, entre outras coisas.
“Etiqueta para shows
A etiqueta para shows é muito importante para mim – o público pode fazer ou destruir um show. Uma pessoa é capaz de arruinar [a experiência] para todo mundo. Aqui estão algumas dicas para você seguir (para que essa pessoa não seja você)!
Não converse durante o show
Assim que o show começar, por favor evite conversas. Não importa quão silencioso você pense que seja… Eu te falo, todo mundo em volta de você pode te ouvir (incluindo eu) e distrai muito. Por favor, espere até o intervalo pra bater papo e falar alto como quiser.
Aproveite o momento
Sinta-se à vontade para tirar algumas fotos/vídeos do show, mas por favor mantenha o flash desligado e não bloqueie a visão dos outros… E tente não assistir o show todo através do celular. Eu garanto que vai curtir mais se abaixar o celular 🙂
O público não pagou para te ver
Se tiver cantando uma música, isso é ótimo (na verdade, em alguns momentos do show vou te encorajar a fazer isso), mas por favor tente sentir o ambiente.
Se for a única pessoa cantando, tente não cantar tão alto ou fora do tom para não distrair as pessoas do seu lado.
Se você precisar sair em algum momento, por favor tente esperar até o fim de uma música.
Aproveite
A coisa mais importante é que todos se divirtam. Eu quero que vocês aproveitem e espero que esse guia te ajude a fazer o show uma experiência melhor para todos nós.
Obrigada, Lucy May Walker! Um beijo!”
Walker ainda explicou, em outra publicação, o motivo das determinações serem importantes no contexto de sua turnê.
“Para contextualizar, sou um artista relativamente pequena e nesta turnê em particular sou só eu no palco, acústico, tocando em salas super íntimas (30-60 pessoas) e o público estará sentado.”
Controvérsia
A explicação não foi suficiente para evitar uma grande discussão em torno do assunto, que dividiu opiniões. Em meio aos milhares de comentários da publicação, usuários da rede social condenaram a atitude da artista por agir como “uma professora ou guarda prisional” e defenderam a liberdade do público.
Por outro lado, a artista recebeu o apoio de Midge Ure, guitarrista que fez parte de grupos como Thin Lizzy e Ultravox. O músico, também um dos organizadores do lendário festival Live Aid em 1985, repudiou o uso de celulares durante os shows.
“É triste que tenha chegado a esse ponto, Lucy, mas estou totalmente com você ao falar sobre o assunto. É difícil entender por que algumas pessoas pagam pelo ingresso e depois assistem Netflix ou conversam/enviam mensagens de texto/iluminam a sala com suas telas/estragam tudo para os artistas/público durante o show.”
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Simples. É só boicotar o show, o show não, a cantora, faz de conta que ela nem existe, aí vai trabalhar com outra coisa. Pra aprender a respeitar o público, falando nisso: quem é ela mesmo?