“Born Again”, o álbum preferido de Ozzy sem sua presença no Black Sabbath

Madman escolheu parceria entre Ian Gillan e ex-colegas durante entrevista a publicação norte-americana

Lançado em 7 de agosto de 1983, “Born Again” representa um momento bastante peculiar nas histórias do Black Sabbath e de Ian Gillan. Após uma noite de bebedeira entre amigos, o eterno vocalista do Deep Purple – que já planejava a reunião que se concretizaria no ano seguinte – aceitou assumir a vaga que anteriormente havia sido de Ozzy Osbourne e Ronnie James Dio.

A notícia pegou o mundo do rock de surpresa. Porém, a união não foi duradoura. Apesar de nenhuma briga de grandes proporções ter ocorrido, as personalidades eram claramente distintas. Ficou a lembrança de um ano que todos os envolvidos definem como “de pura diversão”.

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A qualidade do único registro foi abalada por falhas na produção, que deixaram a sonoridade um tanto quanto áspera. O quarteto envolvido sempre reconheceu, deixando claro que nada poderia ter sido feito a respeito com o material que se tinha em mãos. Ainda assim, uma boa parcela dos fãs possui real apreço pela obra. Até mesmo uma figura próxima dos instrumentistas.

Em declaração à revista norte-americana Creem (resgatada pelo site SabbathLive), em 1984, Ozzy declarou:

“‘Born Again’ é o que de melhor ouvi do Sabbath desde o fim da formação original.”

Apesar de aprovar a música, o Madman teve problemas com a capa após seu sogro, desafeto de sua esposa e empresário do grupo, Don Arden, dizer que ela lembrava seus netos. O bebê encapetado já havia sido usado (sem efeitos de imagem) pelo Depeche Mode no single “New Life” (1981).

Reunião no Live Aid

Na mesma matéria, o baixista Geezer Butler falou sobre o antigo colega, com quem o Black Sabbath se reuniria no ano seguinte por 3 músicas durante o festival beneficente Live Aid.

“Vi Ozzy enquanto estávamos lidando com problemas relacionados aos discos ao vivo. Não chegamos a um acordo para não lançar ‘Live Evil’, enquanto ele se viu forçado a fazer ‘Speak of the Devil’. Estarmos juntos novamente fez acender aquela velha chama.”

Black Sabbath e “Born Again”

“Born Again” chegou ao 4º lugar na parada britânica. O resultado fez até mesmo com que o Black Sabbath – já com Bev Bevan (Electric Light Orchestra) na bateria, substituindo Bill Ward – fosse alçado ao posto de headliner do Reading Festival, em apresentação posteriormente disponibilizada de forma oficial na edição deluxe do play. Para fazer um agrado em Gillan, o grupo incluiu “Smoke on the Water” no setlist a partir da segunda parte do giro.

No ano seguinte, a banda efetivaria brevemente David Donato, que durou uma sessão de fotos e uma entrevista. Após o reencontro no Live Aid, o guitarrista Tony Iommi ficou sozinho com a marca, transformando-a em um coletivo musical com diferentes nomes girando em seu torno pelos anos seguintes.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista, 40 anos, graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

1 COMENTÁRIO

  1. Não é à toa que é o favorito do Ozzy durante sua ausência, esse disco está entre os melhores da banda! O Ian é um monstro no vocal e sua performance nesse disco é sensacional!
    Born Again é um daqueles discos que você escuta de cabo a rabo.
    A faixa que eu faço questão de destacar é a derradeira “Keep It Warm”, cantada pelo Ian de forma magistral!

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