O sucesso estrondoso Rage Against the Machine sempre pareceu estranho quando se considera a política radical dos integrantes. Um país como os Estados Unidos não é particularmente receptivo a socialismo, mas o grupo formado por Zack de la Rocha (voz), Tom Morello (guitarra), Tim Commerford (baixo) e Brad Wilk (bateria) vendeu dezenas de milhões de discos pregando uma destruição completa do sistema capitalista.
Morello demonstrou sua surpresa com esse fato em entrevista à Metal Hammer. Na ocasião, ele descreveu como a ideia por trás do Rage era extrema quando ele e Wilk começaram o grupo.
“O objetivo para Brad e eu era fazer música tão extrema, liricamente e musicalmente, que não só não conseguiríamos um contrato de gravadora, mas nunca conseguiríamos um show! A política era tão radical, e encontramos em Zack de la Rocha [vocais] e Timmy Commerford [baixo] pessoas que pensavam igual. Então ficamos espantados quando nosso álbum de estreia [‘Rage Against the Machine’] saiu em 1992 e vendeu tão bem.”
Mesmo assim, Morello ainda acha que o Rage poderia ter feito mais. Ele falou à Classic Rock em 2017:
“Eu me identifico como músico e ativista político, e eu achava que a plataforma de ativismo proporcionada pelo Rage Against the Machine poderia ter ramificações estilo ‘o céu é o limite’. Então, nesse aspecto foi uma promessa não cumprida. Eu estava tentando derrubar governos. Sério. Se você tivesse uma banda com a política do Rage Against the Machine que fosse maior que o Led Zeppelin, imagina o que isso significa para o mundo? Se você fizesse um show grátis em algum lugar e então dissesse: ‘agora isso é uma marcha e nós vamos depor o governador’, será que isso poderia acontecer?”
“Take the power back”
Quando perguntado se isso não estaria se manifestando na forma de jovens que cresceram escutando a banda atingindo posições de poder agora, Tom Morello respondeu:
“Tomara. Todo dia conheço pessoas impactando o mundo em parte porque foram apresentadas à ideias pelo Rage Against the Machine. Mas ainda não estamos vivendo no paraíso anarco-sindicalista que eu imaginei!”
A discografia do Rage Against the Machine
“Rage Against the Machine” (1992), “Evil Empire” (1996) e “The Battle of Los Angeles” (1999) venderam em torno de 20 milhões de cópias em todo o mundo.
A banda ainda lançou o álbum de covers “Renegades” em 2000, além de quatro registros ao vivo entre áudio e vídeo.
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