Em 1971, o Pink Floyd já era uma estrela ascendente na constelação do rock britânico, embora ainda estivesse relativamente distante do status que alcançaria posteriormente. A banda se destacava por fugir de padrões, oferecendo uma sonoridade subversiva e desafiante aos ouvidos do espectador comum.
Foi no ano em questão que o grupo criou a obra considerada por David Gilmour um dos momentos definitivos de sua carreira. Em entrevista de 1993 à revista Guitar Player (resgatada pelo site Far Out Magazine), o músico refletiu sobre a importância de “Echoes”, faixa de encerramento do álbum “Meddle”.
“Considero ‘Echoes’ a obra-prima do álbum – aquela em que todos descobrimos o que é o Pink Floyd. ‘One of These Days’ é uma pequena peça secundária que saiu do trabalho em ‘Echoes’. Eu sempre adorei. É seminal.”
As impressões positivas também se estendem ao disco.
“‘Meddle’ é realmente o álbum em que nós quatro estávamos nos encontrando – do jeito que queríamos que o Pink Floyd fosse. Muito mais do que em ‘Ummagumma’ ou ‘Atom Heart Mother’.”
Na mesma conversa, Gilmour explicou como “Echoes” foi uma das canções fundamentais para levar a banda à criação de seu trabalho referencial.
“Se você pegar ‘A Saucerful of Secrets’, ‘Atom Heart Mother’ e ‘Echoes’, todoa levam logicamente a ‘The Dark Side of the Moon’.”
“Echoes” fora dos shows de David Gilmour
Apesar de todo o amor declarado, David Gilmour decidiu que nunca mais irá tocar “Echoes” ao vivo. Durante a coletiva realizada em 2016, antes de seu retorno ao Anfiteatro de Pompeia, o músico explicou o motivo.
“Seria ótimo tocá-la aqui, mas nunca mais o farei sem Richard Wright (tecladista do Pink Floyd falecido em 2008). Há algo especificamente individual na maneira como Rick e eu a tocávamos. Você não consegue fazer com que alguém simplesmente aprenda e reproduza. Não é disso que se trata a música.”
Pink Floyd e “Meddle”
Sexto trabalho de estúdio do Pink Floyd, “Meddle” serve como referência para a transição da sonoridade psicodélica dos primórdios para uma abordagem progressiva. A banda usou três estúdios de Londres para obter as sonoridades que buscava: Abbey Road, AIR e Morgan.
Chegou ao 3º lugar da parada britânica e vendeu mais de 7 milhões de cópias mundo afora. A faixa “Fearless” traz um registro da torcida do Liverpool cantando “You’ll Never Walk Alone”. Já “Seamus” tem participação do cachorro de Steve Marriott (Small Faces, Humble Pie).
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Engraçado, ele fala como se música fosse dele e do Richard Wright. Mas, é sabido q a participação deles foi pequena.
É indescritível a emoção que essa música causa. Eu não canso de ouvir e a maioria das vezes que ouço, me emociono.
O engraçado do Gilmour é que ele não precisa de muito pra colocar a emoção na música. Afirmar colocando as notas certas com bends e vibratos no ponto certo e tudo bem. Richard Wright com um coração também pra colocar acordes simples e sensacionais.
Entendo e aceito quando Gilmour fala que não dá pra tocar Echoes sem Wright. Acho que seria a mesma forma se Gilmour tivesse ido ao invés do Wright. Não há substituído pra uma canção que foi elaborada pelo sentimento musical dos dois.