A história de Kirk Hammett é uma das mais importantes na linha do tempo do que hoje chamamos de thrash metal. Junto do vocalista Paul Baloff, ele foi o criador da primeira banda do gênero, o Exodus – embora no final dos anos 1970 eles ainda tocassem heavy metal tradicional, fazendo covers de Judas Priest, Van Halen e Scorpions, entre outros.
O tempo o levou ao Metallica, substituindo o garoto-problema Dave Mustaine – hoje ainda magoado, embora bem-sucedido com o Megadeth. Porém, antes mesmo de firmarem parceria, o músico e o grupo já se conheciam, como ele lembrou em entrevista de 2008 à jornalista Jaan Uhelszki para o Music Radar – material resgatado pelo site Far Out Magazine.
“Quanto mais eu conhecia James Hetfield, mais o considerava um cara muito legal e inteligente. Tivemos uma educação semelhante, ele era um ótimo guitarrista, gostava das mesmas coisas que eu musicalmente. Era divertido quando estávamos juntos.”
O único problema era quando o frontman enchia a cara, o que despertava sentimentos que o levavam à ignorância.
“James gostava de lutar quando estava bêbado. Então, sempre que bebíamos, as coisas começavam a ficar físicas. Aprendi desde cedo que, se chegasse a esse ponto, eu tinha que me certificar de que havia um monte de gente entre nós.”
Kirk Hammett e o peladão Lars Ulrich
Já o baterista e outro chefe da confraria, Lars Ulrich, era mais tranquilo e liberal. Tanto que para ele, segundo Kirk Hammett, ficar pelado na frente dos outros não era um problema.
“A primeira vez que falei com Lars foi quando o Exodus tocou com o Metallica. Eles tinham acabado de terminar o show e, enquanto conversávamos, ele começou a tirar as roupas do palco. Antes que eu percebesse, estava completamente nu na minha frente. Fiquei chocado. Mas disse a mim mesmo: ‘Ah, ele é europeu. Europeus fazem coisas assim.’ Mas me certifiquei de só olhar nos olhos dele. Não ia dar um passo atrás, dar uma manjada ou algo assim. Mas fiquei um pouco chocado e mortificado por ele se despir.”
Já o falecido baixista Cliff Burton era uma pessoa mais introspectiva e durona (sem referência a Lars).
“Ele não levava desaforo para casa. Fazia questão que todos soubessem disso. Foi sua a ideia de batizar o primeiro álbum ‘Kill Em All’, após não terem deixado usarmos ‘Metal Up Your Ass’. Recebemos um telefonema de nosso empresário nos dizendo que metade das lojas não venderia o disco se fosse chamado assim porque o nome era obsceno. Cliff disse: ‘Sabe de uma coisa? F*da-se esses filhos da p*ta, cara, essas pessoas da gravadora. Devemos simplesmente matar todos eles.’ Alguém, não me lembro quem, disse: ‘É isso! É assim que vamos chamar o álbum.’”
Sobre o Metallica
A formação que gravou os três primeiros trabalhos do Metallica se desfez tragicamente dia 27 de setembro de 1986. Um acidente com o ônibus que os levava pelas estradas da Suécia se acidentou, arremessando Cliff Burton para fora pela janela e virando sobre ele.
A banda seguiu em frente, inicialmente com Jason Newsted na função, posteriormente com Robert Trujillo. O sucesso se tornou ainda maior, mas a mística do quarteto se mantém, conquistando até mesmo quem não teve a oportunidade de viver na mesma época.
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