Por que John Deacon se afastou do Queen, segundo Brian May

Baixista ainda ajuda a tomar decisões financeiras relacionadas ao grupo, mas não fala com os outros integrantes fora desse contexto

John Deacon é tão famoso por ser quieto e reservado a ponto de um contingente de fãs do Queen muito provavelmente nunca ter ouvido sua voz. Isso não anula o impacto provocado pelo baixista, responsável por escrever clássicos como “You’re My Best Friend”, “Another One Bites the Dust” e “I Want to Break Free”; além de ser coautor de “Under Pressure”.

Mesmo assim, quando Freddie Mercury morreu, Deacon perdeu sua vontade de tocar. Em entrevista para o jornal The Guardian na qual respondia questões de leitores, o guitarrista Brian May foi perguntado se ele tinha suspeitas que o baixista deixaria o grupo após a morte do frontman e quais razões ele via para essa saída.

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May respondeu:

“Tudo que posso dizer é que, historicamente, John era bem sensível ao estresse. Todos achamos bem difícil perder Freddie, mas acho que John em particular sofreu. Nós fizemos algumas coisas juntos, em 1996: a gravação de ‘No One But You’ – a canção que escrevi sobre Freddie quando estávamos erguendo a estátua para comemorá-lo em Montreux, na Suíça – e um show em Paris. Era a abertura da temporada de balé com um trabalho novo de Maurice Béjart, sobre Mozart e Queen. Nós tocamos com John no baixo e Elton John cantou conosco. Naquele momento, John só olhou pra gente e disse: ‘eu não consigo mais fazer isso’.”

Segundo o guitarrista, ele e o baterista Roger Taylor esperavam que Deacon retornasse, mas isso nunca se concretizou. A dupla remanescente, então, seguiu atividades nos palcos ao lado de vocalistas como Paul Rodgers e Adam Lambert, mas o vínculo com o baixista em termos de negócios permanece.

“Sabíamos que ele precisava ao menos de um tempo longe, mas acabou que ele nunca voltou. Não acho que posso entrar em muitos detalhes – precisamos respeitar o fato que John precisa de sua privacidade agora –, mas ele ainda é parte do maquinário da banda. Se fazemos qualquer decisão importante, em termos de negócios, sempre consultamos John. Não significa que ele fale conosco – ele geralmente não fala –, mas ele se comunica de alguma maneira. Ele ainda é muito parte do Queen.”

John Deacon e Queen

Pouco se sabe sobre John Deacon desde sua saída dos holofotes. Em entrevista de 2014 à Rolling Stone, Roger Taylor ecoou a fala de Brian May sobre a participação do baixista em decisões financeiras relacionadas ao Queen. Porém, descartou um retorno dele aos palcos, descrevendo seu estado físico na época como um tanto frágil.

Nascido em Leicester, Inglaterra, John Richard Deacon começou como guitarrista e depois baixista do The Opposition – posteriormente The Art. Chegou a gravar um compacto com três músicas.

Em 1971 entrou para o Queen. Atualmente com 70 anos, leva uma vida totalmente afastada dos holofotes, embora ainda se envolva com os negócios da banda.

Também gravou com o supergrupo Man Friday & Jive Junior (com membros do Thin Lizzy, Bad Company e The Pretenders), The Immortals, Elton John e Errol Brown.

Tem formação em eletrônica, tendo inclusive ajudado a criar alguns equipamentos que usou nos palcos durante a carreira.

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Pedro Hollanda
Pedro Hollanda
Pedro Hollanda é jornalista formado pelas Faculdades Integradas Hélio Alonso e cursou Direção Cinematográfica na Escola de Cinema Darcy Ribeiro. Apaixonado por música, já editou blogs de resenhas musicais e contribuiu para sites como Rock'n'Beats e Scream & Yell.

2 COMENTÁRIOS

  1. Não podemos julgar um integrante de banda quando outro membro vem a falecer,uns preferem continuar e outros em respeito encerra a história da banda…
    Imagino que John devia ser muito amigo de Freddie e não conseguiria continuar sem seu amigo,como fã respeito muito a sua atitude!!!

  2. Cada um reage à morte de maneira diferente, ele preferiu se isolar e não viu mais sentido em tocar músicas da banda, sem Freddie. Espero que John se cuide, continua sendo um fumante inveterado.

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