Quando David Lee Roth acusou o The Clash de plágio

Informação foi revelada no documentário “The Road to the US Festival”, compartilhado pelo próprio vocalista do Van Halen recentemente

A participação do Van Halen no US Festival 1983 é famosa por dois motivos, principalmente. O primeiro se deu pelo fato de a banda ter recebido o maior cachê para uma única apresentação até então. Apenas para subir ao palco e cantar seus clássicos, o grupo faturou US$ 1 milhão, valor que era ainda maior para os padrões financeiros da época.

O segundo tem a ver com David Lee Roth. Visivelmente alterado – assim como seus colegas –, o vocalista desandou a fazer uma série de comentários entre as músicas, no melhor estilo “bêbado filosofando na mesa do bar”. Como é de praxe em alguém neste estado, sobrou espaço para um monte de indiretas.

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Conforme reporta o documentário “The Road to the US Festival”, compartilhado pelo próprio Diamond Dave recentemente, o The Clash foi uma das vítimas. A banda punk britânica criticou abertamente os cachês pagos ao Van Halen e a David Bowie.

Conforme um trecho da obra, destacada pelo Rock Celebrities:

“Por uma semana antes do festival e durante todo o evento em si – até o momento antes de começarem – os britânicos conflituosos continuaram exigindo uma coletiva de imprensa após a outra para despejar críticas, principalmente em relação ao Van Halen, ou então eles não se apresentariam.”

DLR não ficou para trás e criticou a banda, o vocalista/guitarrista Joe Strummer e seu empresário Cosmo Vinyl. Em um exemplo, deu a entender que a música do “Should I Stay or Should I Go” era uma cópia de uma faixa mais antiga. Roth disse:

“Eu amo o Clash. Eu amo ‘Should I Stay or Should I Go’, principalmente porque eu amei ‘Little Latin Lupe Lu’ de Mitch Ryder todos aqueles anos atrás.”

A seguir, enfatizou:

“O The Clash é muito sério. Quero dizer, ninguém sai daqui vivo de qualquer maneira, não é? A vida é um jogo com vencedores e perdedores. Mas não importa se você ganha ou perde, desde que tenha uma boa aparência.”

Quando o Van Halen subiu ao palco, Dave novamente deu uma de suas tiradas de sarro:

“Quero reservar um tempo para dizer que isso aqui é uísque de verdade. As únicas pessoas aqui presentes que colocam chá gelado em garrafas de Jack Daniels é o Clash, baby!”

Van Halen e The Clash no US Festival 1983

Além do Van Halen, a “noite do metal” do US Festival 1983, realizada em 29 de maio do ano em questão, contou com Triumph, Scorpions, Judas Priest, Ozzy Osbourne, Mötley Crüe e Quiet Riot. Cerca de 370 mil pessoas – o maior público do evento disparado – se aglomeraram em um dia que teve temperatura se aproximando dos 40º C.

O The Clash foi headliner do dia anterior, denominado “new wave day”. Também se apresentaram Men At Work, Stray Cats, A Flock of Seagulls, The Beat, Oingo Boingo, Wall of Voodoo, INXS e Divinyls.

Ainda houve o “rock day” no dia 30, com David Bowie, Stevie Nicks, Joe Walsh, The Pretenders, U2, Missing Persons, Berlin, Quarterflash, Little Steven & The Disciples of Soul e Los Lobos.

A festa se encerrou em 4 de junho com o “country day”. Apresentaram-se Willie Nelson, Riders in the Sky, Waylon Jennings, Alabama, Emmylou Harris & The Hot Band, Hank Williams Jr, Ricky Skaggs e The Thrasher Brothers.

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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