Danny Elfman recebeu há alguns anos acusações de assédio sexual — até então desconhecidas do público geral — da compositora e pianista Nomi Abadi. Em 2018, eles fizeram um acordo confidencial, no qual o artista deveria pagá-la US$ 830 mil (R$ 3,982 milhões na cotação atual) como indenização.
Segundo a revista Rolling Stone, que descobriu as denúncias, o ex-integrante do Oingo Boingo e compositor de trilhas sonoras agora está sendo processado pois não cumpriu com o valor acordado.
Atenção: há relatos de assédio sexual nos parágrafos seguintes.
Conforme publicado pelo veículo, em 2017, Abadi prestou queixa contra Elfman na polícia de Los Angeles, nos Estados Unidos. Em relatório, ela afirmava que o compositor — com quem possuía uma amizade e relação profissional — teria se masturbado e se exposto de outras maneiras várias vezes na frente dela, sem o seu consentimento, além de tê-la pressionado a fazer um ensaio de fotos nua.
No ano seguinte, como mencionado, eles firmaram um contrato sigiloso de US$ 830 mil. De acordo com fontes, Abadi ficou com medo de abordar toda a situação publicamente, pois não havia qualquer testemunha, e por isso acatou a decisão de manter as coisas em silêncio. Ainda assim, sem citar nomes, manifestou-se como uma “sobrevivente” de abuso sexual em uma coletiva antes do Grammy, em fevereiro deste ano.
Parte desse dinheiro teria destino à ajuda de mulheres abusadas na indústria da música — com esse intuito, em 2020, Abadi fundou o grupo sem fins lucrativos Female Composer Safety League. No entanto, Elfman deixou de pagar US$ 85 mil da quantia total, o que gerou a ação judicial.
Danny Elfman se manifesta
Em resposta à Rolling Stone, Danny Elfman — que foi o criador da música-tema de “Os Simpsons” e de trilhas para filmes de cineastas como Tim Burton — negou as acusações de assédio. Ele ainda afirmou que Abadi tentou arruinar o seu casamento com Bridget Fonda, com quem está em uma união estável desde 2003.
“As alegações de Abadi simplesmente não são verdadeiras. Permiti que ela se aproximasse de mim sem saber que eu era seu ‘crush de infância’ e que a sua intenção era acabar com meu casamento e ficar no lugar da minha esposa. Quando ela percebeu que eu queria distância dela, deixou claro que eu pagaria por tê-la rejeitado. […] Não fiz nada de indecente ou errado e meus advogados estão prontos para mostrar com várias provas que essas acusações são falsas.”
Abadi não pronunciou-se à revista. Já um representante de Elfman acrescentou que o artista optou pelo contrato de confidencialidade para “proteger a família”.
“Quando Elfman recebeu ameaças de que a outra parte traria a público acusações falsas no auge do movimento #MeToo [contra assédio sexual], Elfman precisou escolher entre continuar sua carreira e ganhar a vida para sua família ou lutar para dizer a verdade em uma batalha invencível na época. Ele escolheu sua família. É decepcionante, mas infelizmente não surpreendente, que essa narrativa infundada seja revivida agora que os pagamentos pararam.”
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