Gostando ou não da música do Slipknot, todo mundo já reparou nas performances extremamente enérgicas da banda nos palcos. Há momentos em que a situação chega às raias do caos absoluto, com direito a participação intensa dos fãs, interagindo com os músicos quase como fantoches em cordas.
Porém, os próprios membros do grupo entendem que não terão como oferecer uma entrega completa pela vida toda. Atualmente com 49 anos, o vocalista Corey Taylor falou ao Rock Antenne (com transcrição do Blabbermouth) sobre o que deve mudar futuramente nos shows.
“Enquanto eu puder seguir fisicamente e tiver gente lá para nos ver, eu vou continuar fazendo. Agora, se a qualidade começar a cair, saberei que é hora de entregar os pontos. Já pensei nisso. Talvez ainda tenha mais cinco anos de turnês em um ritmo como o atual. Eu tento me cuidar, malho quando posso. A viagem aqui na Europa é exaustiva, a comida é horrível, então fica difícil ter uma rotina. Mas enquanto conseguir, é o que eu quero fazer.”
Questionado se a mentalidade de seus colegas é a mesma, Corey respondeu:
“Se eles quiserem continuar e eu decidir me aposentar, vou ajudá-los a encontrar alguém. Esta banda sempre foi maior que a soma de suas partes. E foi difícil seguir em frente sem Paul [Gray, falecido baixista]. Foi difícil seguir em frente quando tivemos que nos separar de Joey [Jordison, baterista]. Foi complicado quando os nove originais deixaram de ser os nove originais. Mas, ao mesmo tempo, os que estão aqui amam a banda e sempre tiramos algo disso.
Disse isso desde o primeiro dia: se eu não quisesse estar no Slipknot, simplesmente não estaria. E acho que já provei meu ponto. A razão de eu ficar por aqui é porque eu quero fazer isso. Ainda há algo em meu coração e em minha alma que precisa do grupo. Não sei se isso é bom ou ruim. Obviamente, a psicoterapia vai me ajudar a entender. Mas, ao mesmo tempo, é… é uma vez na vida, cara.”
Taylor reconheceu que a expectativa dos fãs também é um componente que o motiva a seguir adiante.
“É verdade. Mas, ao mesmo tempo, não espero que eles estejam lá. Quero dizer, há músicas que eles adoram; há músicas que eles não amam. Há momentos em que amo essa banda; há momentos em que não amo essa banda. Mas eu ainda quero estar aqui. E quando eu não puder mais fisicamente, é aí que eu desligo. Posso não me aposentar. Mas quando não conseguir dar meus cem por cento, é quando vou parar. E eu e o Clown [percussionista e mentor visual da banda, Shawn Crahan] já conversamos sobre isso. Ele é mais velho do que todos nós e ralou tanto quanto eu. Já arrancou o bíceps do osso acertando o barril com um taco de beisebol. Fez uma cirurgia e voltou.
Somos psicopatas, cara. Voltei três semanas depois da cirurgia na coluna porque sou um psicopata. Não conhecemos nossas limitações até que elas nos alcançam. Então, sim, há uma responsabilidade para com os fãs, mas também há uma responsabilidade para comigo e minha família. E eu não quero ser aquele que tenta pegar os netos no colo e as pernas não funcionam. Eu simplesmente não quero fazer isso – eu me recuso. Quero que minha qualidade de vida seja melhor do que isso no final.”
Slipknot atualmente
Recentemente, o Slipknot anunciou a saída do tecladista Craig Jones. Ele vem sendo substituído por um músico de identidade não revelada, como é de costume a cada troca de integrantes.
A banda volta ao Brasil no final do ano para a segunda edição nacional do seu festival Knotfest. Para 2024, uma turnê celebrando 25 anos do álbum de estreia está nos planos.
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