Lançado pelo The Who em 1969, “Tommy” redefiniu parâmetros dentro do mundo da música pop. Não à toa, é uma referência quase obrigatória quando se trata de obras artísticas temáticas e amarradas por um conceito.
Mas não foi só isso. Em entrevista à revista Classic Rock, o guitarrista Pete Townshend confirmou que o play salvou a carreira do grupo. Especialmente por ampliar as possibilidades de composição e expressão.
“‘Tommy’ teve mais sucesso do que esperávamos. Todos nós rapidamente esquecemos a realidade da nossa situação, o que poderia ter acontecido. Se tivesse falhado, teríamos caído na ignomínia.”
O músico e compositor destaca que o quarteto não era respeitado da maneira que passou a ser, mesmo já contando com alguns hits – que se tornariam clássicos com o passar do tempo – em seu catálogo.
“Nós éramos uma banda de singles do Reino Unido, que quebrava guitarras e usava roupas engraçadas. Não estávamos tão longe do Dave Dee, Dozy, Beaky, Mick & Titch – aparecendo todos os meses no ‘Top of The Pops’ e tentando chegar ao primeiro lugar. Jimi Hendrix e Cream – e até mesmo o Pink Floyd em seus primeiros dias – ameaçaram expor o The Who como uma banda de rapazes que não estava conseguindo se elevar ao romantismo espiritual e subversivo da era psicodélica. Até que surgiu ‘Tommy’.”
The Who e “Tommy”
Quarto álbum do The Who, “Tommy” narra uma história desenvolvida pelo guitarrista Pete Townshend, sobre um garoto cujos traumas o deixam cego, surdo e demente. Mesmo assim, através de suas habilidades extrassensoriais, ele arrebanha uma legião de seguidores.
A inspiração de Townshend para a criação foi a obra e ensinamentos do líder espiritual indiano Meher Baba, pregando valores de compaixão e introspectividade.
Três músicas foram lançadas como singles: “Pinball Wizard”, “I’m Free” e “See Me, Feel Me”. O disco vendeu mais de 20 milhões de cópias em todo o mundo, se tornando uma referência histórica no formato Ópera-Rock.
Entre várias adaptações, “Tommy” virou musical, filme e ópera convencional, com livres interpretações de sua história – que nunca teve um fio condutor definido, de qualquer modo, já que a narrativa das letras é solta.
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