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Por que Sérgio Dias não falará sobre Rita Lee após morte da cantora

Em recente entrevista à Folha de S. Paulo, músico explicou as diferentes razões pelas quais não vai abordar o assunto

Sérgio Dias e Rita Lee foram colegas nos Mutantes até o início dos anos 1970, quando o irmão Arnaldo Baptista expulsou a cantora do grupo. Depois da ocasião, ambos mantiveram certo contato, sem demonstrar tanta proximidade. 

Prova disso veio com o lançamento de “Rita Lee: Uma autobiografia” (2016). Na obra, a artista descreveu o ex-companheiro de banda como “o Sancho Pança do mano mais velho” e, em relação à amizade dos dois, uma “não-camaradagem suportável”. Disse ainda que sua demissão dos Mutantes aconteceu sob a justificativa de que não tinha “calibre como instrumentista”. 

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Diante do relato, Sérgio, em publicação apagada no Facebook (via Veja) em 2017, afirmou que a cantora estava desprezando quem a ajudou. Posteriormente, em entrevista à Rádio Brasil Atual, ressaltou o seu amor por Rita, apesar de “não conhecê-la mais”. 

Com o falecimento da rainha do rock brasileiro no início de maio, aos 75 anos de idade, o cantor fez um pronunciamento nas redes sociais. Em postagem, pediu por privacidade, já que gostaria de não falar sobre o assunto. 

“Rita, meu grande amor, que pena. Não quero falar sobre isto, é muito íntimo. Agradeço aos amigos, sei onde ela está e está em ótimas mãos. Os anjos cantam, os arcanjos abaixam os olhos e Deus se curva para ela passar. Meu amor foi encontrar o amor.”  

Conversando com a Folha de S. Paulo, Sérgio bateu na mesma tecla. Desta vez, explicou por que não quer mais conversar a respeito de Rita Lee publicamente. 

“Desculpe, mas não vou entrar nessa porta. Não vou falar mais nada. Isso é meu — e de mais ninguém. O que eu tinha para falar já foi dito, em letras e músicas.”

Como destacou o veículo, há poucos meses o músico revelou que compôs a canção “Everywhere I Go”, presente no álbum “Estação da Luz” (2001), inspirado por uma conversa com a cantora nos anos 1990. Na ocasião, detalhada no podcast Inteligência Ltda, ele recebeu um convite da antiga parceira para assistir a um show dela.

Sérgio Dias e Os Mutantes 

Depois da saída de Rita Lee dos Mutantes, Arnaldo Baptista também deixou o grupo, em 1973. Sérgio Dias, então, continuou com outra formação da banda até 1978, quando optou por encerrar as atividades. 

Mais tarde, em 2006, Os Mutantes retornaram, com Dias, Baptista, Dinho Leme (baterista entre 1969 e 1973) e Zélia Duncan nos vocais. Novamente, em 2007, Arnaldo seguiu outros caminhos. A partir daí, ficou a cargo de Sérgio administrar os compromissos.

Atualmente, além do integrante original, a formação inclui Esméria Bulgari (voz),Camilo Macedo (guitarra), Vinicius Junqueira (baixo), Claudio Tchernev (bateria) e Henrique Peters (teclado). 

Na última quinta-feira (1º), os membros, antes em turnê pelos Estados Unidos e Europa, se apresentaram pela primeira vez em território nacional após a morte de Rita. Apesar de performar sentado em uma cadeira devido a problemas de saúde, Sérgio, aos 71 anos de idade, não se vê longe dos palcos, como explicou também à Folha de S. Paulo: 

“O lugar onde me sinto inteiro mesmo é no palco. Nunca tive um pingo de nervosismo. É a minha casa. Agora, estou com um problema, uma vértebra fora do lugar. Estou tendo que tocar sentado, o que é uma merda. Andar em aeroporto está quase impossível. Tenho pedido cadeira de rodas.”

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Maria Eloisa Barbosa
Maria Eloisa Barbosahttps://igormiranda.com.br/
Maria Eloisa Barbosa é jornalista, 22 anos, formada pela Faculdade Cásper Líbero. Colabora com o site Keeping Track e trabalha como assistente de conteúdo na Rádio Alpha Fm, em São Paulo.

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