Rival Sons acrescenta texturas, mas se mantém fiel ao seu som em “Darkfighter”

Impactante e diversificado, sétimo álbum de estúdio é o primeiro dos dois que a banda pretende lançar este ano

Apesar de ser relativamente desconhecido para pessoas resistentes em se aventurar nas novidades do rock, o Rival Sons já deixou de ser uma revelação há algum tempo. O novo álbum é o 7º de uma carreira reconhecida por seus pares e ouvintes mais atentos. E com razão, já que o hard/classic rock com doses generosas de R&B, soul music e blues é simples, direto e bastante eficiente.

“Darkfighter” é apenas o primeiro lançamento do grupo californiano em 2023. Um próximo trabalho, chamado “Lightbringer”, deve sair até o final do ano, de acordo com as promessas. Eles prosseguem a parceria com o selo Low Country Sound e a gravadora Atlantic Records, iniciada no play anterior, o excelente “Feral Roots” (2019).

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A produção, como acontece há mais de uma década, está a cargo de Dave Cobb. Ele é o responsável por extrair o que de melhor podem oferecer Jay Buchanan (vocal, harmonica, guitarra rítmica), Scott Holiday (guitarra solo), Mike Miley (bateria) e Dave Beste (baixo) – além do tecladista Todd Ögren, que os acompanha como convidado desde 2014.

As referências ao passado não estão apenas no som. A própria estrutura do disco, trazendo apenas 8 faixas em menos de 40 minutos de duração, também se encaixa na proposta. O estilo não se diferencia tanto dos antecessores, exceto por uma maior influência dos teclados em parte do repertório. A abertura, “Mirrors”, é um exemplo com suas belas mudanças de andamento e adição de climas envolventes.

“Nobody Wants to Die” já havia sido divulgada antes do lançamento do trabalho completo e é uma das mais pesadas – sempre lembrando que não é um disco de metal, então, a definição de peso não é a mesma de um álbum do Slayer, por exemplo – do tracklist. Brilha aqui a estrela de Scott, com riffs e solos certeiros.

Em “Bird in the Hand” temos um ritmo marcado e pulsante, com claras referências aos anos 1960 em sua estrutura. Já “Bright Light” é minimalista, com um clima baladeiro puxado para o pop. Não compromete, mas também não oferece nada de mais impactante. O momento de destaque para Jay chega em “Rapture”, onde mais uma vez seu gogó se demonstra privilegiado, especialmente pelas características que fogem do óbvio.

As três últimas faixas são justamente as mais longas – e em ordem crescente. “Guillotine” é carregada de efeitos aliados a um arranjo cheio de variações, em um dos melhores momentos da obra. A mescla entre a distorção e a melodia palatável prossegue em “Horses Breath”. Remete ao revival do garage rock ocorrido duas décadas atrás. Fechando, “Darkside” é um heavy blues de categoria, mostrando que aqueles meses acompanhando a despedida do Black Sabbath deixaram marcas profundas.

Talvez “Darkfighter” não seja tão espetacular quanto “Feral Roots” ou até mesmo os trabalhos anteriores. Não é um demérito, já que estamos diante de uma das grandes bandas de rock surgidas no século atual. De qualquer modo, se trata de um álbum digno de dar prosseguimento à carreira do Rival Sons, com alguns momentos memoráveis. E aguardemos “Lightbringer”.

Ouça “Darkfighter” a seguir, via Spotify, ou clique aqui para conferir em outras plataformas digitais.

O álbum está na playlist de lançamentos do site, atualizada semanalmente com as melhores novidades do rock e metal. Siga e dê o play!

Rival Sons – “Darkfighter”

  1. Mirrors
  2. Nobody Wants to Die
  3. Bird in the Hand
  4. Bright Light
  5. Rapture
  6. Guillotine
  7. Horses Breath
  8. Darkside

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João Renato Alves
João Renato Alveshttps://twitter.com/vandohalen
João Renato Alves é jornalista graduado pela Universidade de Cruz Alta (RS) e pós-graduado em Comunicação e Mídias Digitais. Colabora com o Whiplash desde 2002 e administra as páginas da Van do Halen desde 2009. Começou a ouvir Rock na primeira metade dos anos 1990 e nunca mais parou.

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