Como “Black Mirror” conseguiu fazer paródia crítica à própria Netflix

Criador da série, Charlie Brooker disse que gigante do streaming não o impediu em momento algum de seguir com ideia

A sexta temporada de “Black Mirror” fez sua esteia na Netflix e seu primeiro episódio conta com uma paródia do próprio serviço de streaming. Charlie Brooker, criador do show, revelou que não teve nenhum impedimento por parte da empresa para prosseguir com a ideia.

No capítulo em questão, chamado “Joan is Awful”, há um momento em que é apresentado ao público o “Streamberry”, que é justamente essa paródia da Netflix. Sua marca, inclusive, é bem parecida com a da gigante do streaming. A história também traça alguns paralelos com o mundo real que podem até ser interpretados como crítica à empresa.

- Advertisement -

Para a Empire, Charlie Brooker revelou que pediu permissão da própria Netflix para fazer a paródia. Os executivos não colocaram nenhum tipo de impedimento ou condição ao trabalho, algo que o surpreendeu.

“Eu apenas disse: ‘temos essa plataforma de streaming chamada Streamberry no episódio. Podemos deixá-la parecida com a Netflix?’. Eles voltaram rapidamente – estranhamente rapidamente – e disseram ‘sim, ok’. Não houve nenhuma resistência para a ideia. O que foi um pouco decepcionante, porque seria bacana poder dizer ‘eu fiz de qualquer forma porque sou um anarquista!’. Mas não foi o caso.

Esse é um episódio bem meta e estranho, de qualquer forma. Uma coisa é assisti-lo enquanto o editava, mas qual será o pensamento quando as pessoas o assistirem na própria Netflix? É algo bem maluco.”

E sobre o que se trata este episódio?

Atenção: spoilers do episódio “Joan is Awful” a seguir.

No capítulo em questão, a protagonista é uma mulher chamada Joan (Annie Murphy), executiva de uma empresa de tecnologia que fica horrorizada ao descobrir que sua vida foi adaptada, sem sua permissão, em uma série dramática, exibida justamente pelo “Streamberry” – algo que aconteceu de verdade com a Netflix algumas vezes e rendeu críticas (pela série “Dahmer: Um Canibal Americano”) e até processos (pelo filme “Paixão Sufocante”).

O show ganha justamente o nome de “Joan is Awful” e a personagem é interpretada pela atriz Salma Hayek. A protagonista descobre, mais tarde, que passou a ter seus dados pessoais coletados pelo streaming ao aceitar os termos de uso, que foram utilizados para a produção do show. Além disso, os episódios foram desenvolvidos por um super computador que fica na sede da empresa fictícia.

Fim dos spoilers.

A sexta temporada de Black Mirror

A sexta temporada de “Black Mirror” apresenta cinco episódios. Entre os nomes confirmados para o elenco estão Salma Hayek Pinault, Annie Murphy, Ben Barnes, Michael Cera, Rob Delaney, Aaron Paul, Josh Hartnett e Kate Mara.

Confira abaixo o trailer da sexta temporada.

Veja também sinopses dos episódios.

JOAN IS AWFUL
Uma mulher comum fica chocada ao descobrir que uma plataforma global de streaming lançou uma adaptação de série dramática de televisão sobre sua vida, na qual ela é retratada pela estrela de Hollywood Salma Hayek.

LOCH HENRY
​Um jovem casal viaja para uma cidade tranquila na Escócia para começar a trabalhar em um documentário, mas se vê envolvido em uma história local que envolve eventos chocantes do passado.

BEYOND THE SEA
​Em um mundo alternativo de 1969, dois homens em uma missão arriscada de alta tecnologia lidam com as consequências de uma tragédia inimaginável.

MAZEY DAY
​Uma celebridade problemática é perseguida por paparazzi enquanto lida com as consequências de um incidente de atropelamento e fuga.

DEMON 79
​No norte da Inglaterra, em 1979, uma tímida vendedora é informada de que deve cometer atos terríveis para evitar um desastre.

Sobre a série

Tendo estreado em 2011, “Black Mirror” foi exibida originalmente na TV, pelo Channel 4 do Reino Unido. Após o enorme sucesso conquistado, a série de Charlie Brooker foi comprada pela Netflix no ano de 2015.

O programa se destacou pelas reviravoltas em seu roteiro distópico que envolve suspense, ficção científica e sátiras que promovem a reflexão sobre o efeito da tecnologia em nossa sociedade. A premissa sempre é a de chocar o público com desfechos inusitados – e às vezes até mesmo assustadores – de cada capítulo.

O sucesso de público também se estende à crítica. No ano de 2017 o show faturou dois prêmios Emmy para o celebrado episódio “San Junipero”. Já em 2018, “USS Callister” levou outras quatro estatuetas para casa.

Em 2018 foi lançado o longa-metragem “Black Mirror: Bandersnatch”, no qual o público pode interagir com a história e escolher o encerramento de acordo com cada caminho e opção feita. A trama foi protagonizada pelos atores Fionn Whitehead e Will Poulter.

Ao longo das temporadas, o elenco – que muda a cada episódio – já contou com nomes do porte de Bryce Dallas Howard, Miley Cyrus, Daniel Kaluuya, Jesse Plemons, Hayley Atwell, Gugu Mbatha-Raw, Anthony Mackie e Jon Hamm. “Black Mirror” está disponível na Netflix.

Clique para seguir IgorMiranda.com.br no: Instagram | Twitter | Facebook | YouTube.

ESCOLHAS DO EDITOR
InícioNotíciasComo “Black Mirror” conseguiu fazer paródia crítica à própria Netflix
Augusto Ikeda
Augusto Ikedahttp://www.igormiranda.com.br
Formado em jornalismo pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU). Atua no mercado desde 2013 e já realizou trabalhos como assessor de imprensa, redator, repórter web e analista de marketing. É fã de esportes, tecnologia, música e cultura pop, mas sempre aberto a adquirir qualquer tipo de conhecimento.

DEIXE UMA RESPOSTA (comentários ofensivos não serão aprovados)

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui


Últimas notícias

Curiosidades